sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Liberalismo é pecado




                                                              D. Felix Sardà y Salvany
              

O Liberalismo – Parte 1




I
Existe hoje algo que se chama Liberalismo?
Certamente: e parecerá ocioso que demoremo-nos na demonstração deste asserto.
A não ser que todos nós, os homens de todas as nações da Europa e da América, regiões principalmente infestadas desta epidemia, tenhamos convencionado enganar-nos e fazer de enganados, existe hoje em dia no mundo uma escola, um sistema, um partido, uma seita, ou chamem-lhe como quiserem, que por amigos e inimigos é conhecida sob o nome de LIBERALISMO.
Os seus periódicos e associações e governos se apelidam, com toda a franqueza, liberais; os seus adversários lançam-lho em rosto, e eles não protestam, nem sequer o escusam ou atenuam. Mais ainda lê-se todos os dias que há correntes liberais, tendências liberais, reformas liberais, projetos liberais, personagens liberais, datas e recordações liberais, idéias e programas liberais; e pelo contrário chamam-se antiliberais, ou clericais, ou reacionários, ou ultramontanos, todos os conceitos opostos aos significados por aquelas expressões. Há, pois, no mundo atual uma certa coisa que se chama Liberalismo e há também outra certa coisa que se chama Antiliberalismo. É, pois, como muito judiciosamente se tem dito, palavra de divisão, pois tem perfeitamente dividido o mundo em dois campos opostos.
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Mas não é só palavra, pois a toda a palavra deve corresponder uma idéia; nem só idéia, pois a tal idéia vemos que corresponde de fato toda uma ordem de acontecimentos exteriores. Há, pois, Liberalismo, quer dizer, há doutrinas liberais e há obras liberais, e por conseguinte há homens liberais, que são os que professam aquelas doutrinas e praticam aquelas obras. E tais homens não são indivíduos isolados, mas que se conhecem e obram como agrupação organizada, com chefes reconhecidos, com dependência deles, com um fim unanimemente aceite. O Liberalismo, pois, não é só palavra e doutrina e obra, mas é também uma seita.
Fica, pois, assentado que quando tratamos do Liberalismo e de liberais não estudamos seres fantásticos ou puros conceitos de razão, mas verdadeiras e palpáveis realidades do mundo exterior. E bem verdadeiras e palpáveis por nossa desgraça!
Os nossos leitores sem dúvida terão observado que a primeira preocupação que se nota nos tempos de epidemia é sempre a de pretender que não existe tal epidemia. Não há memória, nas diferentes que nos tem afligido no século atual, ou nos séculos passados, de que nem uma só vez tenha deixado de se apresentar este fenômeno. A enfermidade tem já devorado no silêncio grande número de vítimas quando se começa a reconhecer que existe, dizimando a povoação. As participações oficiais são, algumas vezes, as mais entusiastas propagadoras da mentira; e tem-se dado casos em que por parte da autoridade se tem chegado a impor penas aos que afirmassem que o contágio era verdade. Análogo é o que acontece na ordem moral de que estamos tratando. Depois de cinqüenta anos, ou mais, de viver em pleno Liberalismo, temos ouvido a pessoas respeitabilíssimas perguntar com assombro e candidez: – Que! Tomais a sério isso de Liberalismo? Não serão, porventura, exagerações apenas do rancor político? Não seria melhor omitir esta palavra que nos divide e irrita? – Tristíssimo sinal quando a infecção está de tal sorte na atmosfera que, pelo hábito, já não a sentem a maior parte dos que a respiram!
Há, pois, Liberalismo, caro leitor; e disto não duvides nunca.
II
Que é o Liberalismo?
Ao estudar um objeto qualquer, depois da pergunta an sit?, faziam os antigos escolásticos a seguinte: Quid sit?; e esta é a de que nos vamos ocupar no presente capítulo.
O que é o Liberalismo? Na ordem das idéias é um conjunto de idéias falsas; na ordem dos fatos é um conjunto de fatos criminosos, conseqüência prática daquelas idéias.
Na ordem das idéias o Liberalismo é o conjunto do que chamam princípios liberais com as conseqüências lógicas que deles se derivam. Princípios liberais são: a absoluta soberania do indivíduo com inteira independência de Deus e da sua autoridade; soberania da sociedade com absoluta independência do que não provenha dela mesma; soberania nacional, isto é, o direito do povo para legislar e governar-se com absoluta independência de todo o critério que não seja o da sua própria vontade expressa primeiro pelo sufrágio e depois pela maioria parlamentar; liberdade de pensamento sem limitação alguma em política, em moral ou em religião; liberdade de imprensa, igualmente absoluta ou insuficientemente limitada; liberdade de associação com igual latitude. Estes são os chamados princípios liberais no seu mais cru radicalismo.
O fundo comum de todos eles é o racionalismo individual, ou racionalismo político, e o racionalismo social. Derivam-se deles aliberdade de cultos mais ou menos limitada; a supremacia do Estado em suas relações com a Igreja; o ensino leigo ou independente sem nenhum laço com a religião; o matrimônio legalizado e sancionado pela intervenção exclusiva do Estado; a sua última palavra, a que abarca tudo e tudo sintetiza, é a palavra secularização, quer dizer, a não intervenção da religião em nenhum ato de vida pública, verdadeiro ateísmo social, que é a última conseqüência do Liberalismo.
Na ordem dos fatos o Liberalismo é um conjunto de obras inspiradas por aqueles princípios e reguladas por eles. Como, por exemplo, as leis de desamortização, a expulsão das ordens religiosas; os atentados de todo o gênero oficiais e extra-oficiais, contra a liberdade da Igreja; a corrupção e o erro publicamente autorizado na tribuna, na imprensa, nas diversões, nos costumes; a guerra sistemática ao catolicismo, que apodam com os nomes de clericalismo, teocracia, ultramontanismo, etc., etc.
É impossível enumerar e classificar os fatos que constituem o proceder prático liberal, pois compreendem desde o ministro e o diplomata, que legislam ou intrigam, até ao demagogo, que perora no clube ou assassina na rua; desde o tratado internacional ou a guerra iníqua que usurpa ao Papa e o seu principado temporal, até a mão cobiçosa que rouba o dote da religiosa, ou se apodera da lâmpada do altar; desde o livro profundo e sabichão que se dá como texto na Universidade ou no instituto, até à vil caricatura que regozija os freqüentadores de taberna. O Liberalismo prático é um mundo completo de máximas, modas, artes, literatura, diplomacia, leis, maquinações e atropelamentos completamente seus. É o mundo de Lusbel, hoje disfarçado com aquele nome, e em radical oposição e luta com a sociedade dos filhos de Deus, que é a Igreja de Jesus Cristo.
Eis aqui, pois, retratado, como doutrina e como prática, o Liberalismo.


O Liberalismo – Parte 2


III
Se é pecado o Liberalismo, e que pecado é
O Liberalismo é pecado, quer se considere na ordem das doutrinas, quer na ordem dos fatos.
Na ordem das doutrinas é pecado grave contra a fé, porque as suas doutrinas são heréticas. Na ordem dos fatos é pecado contra os diversos mandamentos da lei de Deus e da sua Igreja, porque a todos viola. Na ordem das doutrinas o Liberalismo é a heresia universal e radical, porque as compreende todas; na ordem dos fatos é a infração radical e universal, porque a todas autoriza e sanciona.
Procedamos por parte na demonstração. Na ordem das doutrinas o Liberalismo é heresia. Heresia é toda a doutrina que nega, com negação formal e pertinaz, um dogma da fé cristã. O Liberalismo-doutrina nega-os a todos, primeiramente em geral, e depois a cada um em particular. Nega-os a todos em geral quando afirma ou supõe a independência absoluta da razão individual no indivíduo, e da razão social ou critério público na sociedade. Dizemos afirma, ou supõe, porque às vezes nas conseqüências secundárias não se afirma o princípio liberal, mas dá-se já por suposto ou admitido. Nega a jurisdição absoluta de Cristo Deus sobre os indivíduos e as sociedades, e por conseqüência a jurisdição delegada que sobre todos e cada um dos fiéis, de qualquer condição e dignidade que sejam, recebeu de Deus, o Cabeça visível da Igreja.
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Nega a necessidade da divina revelação, e a obrigação que tem o homem de admiti-la, se quer alcançar o seu último fim. Nega o motivo formal da fé, isto é, a autoridade de Deus que revela, admitindo da doutrina revelada só aquelas verdades que o seu curto critério alcança. Nega o magistério infalível da Igreja e do Papa, e portanto todas as doutrinas por ele definidas e ensinadas. E, depois desta negação geral e em globo, nega cada um dos dogmas, parcialmente ou em concreto, à medida que, segundo as circunstâncias, os encontram opostos ao seu critério racionalista. Assim, nega a fé recebida no batismo quando admite a igualdade de cultos; nega a santidade do matrimônio quando sustenta a doutrina do chamado matrimônio civil; nega a infalibilidade do Pontífice Romano quando recusa admitir como lei os seus mandatos e ensinamentos e ensinos oficiais, sujeitando-os ao seu passe ou exequatur, não como no princípio para assegurar-se da sua autenticidade, mas para julgar do seu conteúdo.
Na ordem dos fatos é imoralidade radical. E isto porque destrói o princípio ou regra fundamental de toda a moralidade, que é a razão eterna de Deus impondo-se à razão humana; canoniza o absurdo princípio da moral independente, que é no fundo a moral sem lei, ou o que é o mesmo, a moral livre, uma moral que não é moral, pois a idéia de moral, além da sua condição diretiva, encerra essencialmente a idéia de restrição ou limitação. Demais, o Liberalismo é todo imoralidade, porque em seu processo histórico cometeu e sancionou como lícita a infração de todos os mandamentos, desde o que ordena o culto de um só Deus, que é o primeiro do Decálogo, até ao que prescreve o pagamento dos direitos temporais à Igreja que é o último dos cinco desta.
Por isto se pode dizer que o Liberalismo, na ordem das idéias, é erro absoluto, e na ordem dos fatos, desordem absoluta. E por ambos os conceitos é pecado, ex genere suo gravíssimo: é pecado mortal.
IV
Da especial gravidade do pecado Liberalismo
Ensina a teologia católica que nem todos os pecados graves são igualmente graves, ainda dentro da sua condição essencial, que os distingue dos pecados veniais. Há graus no pecado, ainda dentro da categoria de pecado mortal, como há graus na obra boa dentro da categoria da obra boa e ajustada à lei de Deus. Assim o pecado direto contra Deus, como a blasfêmia, é pecado mortal mais grave em si, do que o pecado direto contra o homem, como é o roubo. Pois bem, à exceção do ódio formal contra Deus, que é o maior dos pecados e que raríssimas vezes se comete pela criatura, a não ser no inferno, os pecados mais graves de todos são os pecados contra a fé! A razão é evidente. A fé é o fundamento de toda a ordem sobrenatural; o pecado é tal enquanto ataca qualquer dos pontos desta ordem sobrenatural; é, pois, pecado máximo o que ataca o fundamento máximo daquela ordem. Um exemplo esclarecerá. Se se dá um golpe numa árvore cortando-lhe qualquer dos seus ramos, se lhe faz maior golpe quanto mais importante é o ramo que se corta; se lhe dá golpe máximo ou radical, se se corta a árvore pelo seu tronco ou raiz. Santo Agostinho, citado por Santo Tomás falando do pecado contra a fé, diz com precisão incontestável: Hoc est peccatum quo tenentur cuncta peccataPecado é este em que se contêm todos os pecados. E o mesmo Anjo das Escolas discorre sobre este ponto, como sempre, com sua costumada clareza. Um pecado, diz ele, é tanto mais grave, quanto por ele o homem mais se separa de Deus. Pelo pecado contra a fé o homem separa-se o mais que pode de Deus, pois priva-se do seu verdadeiro conhecimento: por onde, conclui o santo Doutor, o pecado contra a fé é o maior que se conhece.
Todavia, é maior ainda o pecado contra a fé, quando não é simplesmente carência culpável desta virtude e conhecimento, mas negação e combate formal contra dogmas formal e expressamente definidos pela revelação divina. Então o pecado contra a fé, de si gravíssimo, adquire uma gravidade maior, que constitui o que se chama heresia. Inclui toda a malícia da infidelidade mais o protesto expresso contra um ensinamento da fé, ou adesão expressa a um ensinamento que por falso e errôneo é condenado pela mesma fé. Acrescenta ao pecado gravíssimo contra a fé a obstinação e contumácia nele, e uma certa orgulhosa preferência da própria razão sobre a razão de Deus.
Portanto, as doutrinas heréticas e as obras heréticas constituem o maior pecado de todos, à exceção do ódio formal a Deus, do qual, como já dissemos, só são capazes, comumente, o demônio e os condenados.
Conseguintemente, o Liberalismo, que é heresia, e as obras liberais, que são obras heréticas, constituem o pecado máximo que se conhece no código da lei cristã.
Logo (salvo os casos de boa fé, de ignorância e indeliberação), ser liberal é maior pecado do que ser blasfemo, ladrão, adúltero ou homicida, ou qualquer outra coisa das que a lei de Deus proíbe e a sua justiça infinita castiga.
Não o entende assim o moderno Naturalismo, mas sempre assim o creram as leis dos Estados cristãos até ao advento da presente era liberal; assim o prossegue ensinando a lei da Igreja, e assim o continua julgando e condenando o tribunal de Deus. Sim, a heresia e as obras heréticas são os piores pecados de todos, e por isso o Liberalismo e os atos liberais são, ex genero suo, o mal sobre todo o mal.

O Liberalismo – Parte 3


V
Dos diferentes graus que pode haver e há dentro da unidade específica do Liberalismo
O Liberalismo, como sistema de doutrinas, pode chamar-se escola; como organização de adeptos para difundi-las e propagá-las, seita; como agremiação de homens dedicados a fazê-las prevalecer na esfera do direito público, partido. Porém, ou se considere como escola, ou como seita, ou como partido, o Liberalismo oferece dentro da sua unidade lógica e específica vários graus ou matizes que ao teólogo cristão convém estudar e expor.
Primeiramente, convém fazer notar que o Liberalismo é uno, isto é, constitui um organismo de erros perfeita e logicamente concatenados, razão por que se chama sistema. Com efeito, partindo do princípio fundamental de que o homem e a sociedade são perfeitamente autônomos ou livres, com absoluta independência de todo outro critério natural ou sobrenatural, que não seja o individual, segue-se, por uma perfeita ilação de conseqüências, tudo o que em nome dele proclama a demagogia mais avançada.
A Revolução só tem de grande a sua inflexível lógica. Até os atos mais despóticos que executa em nome da liberdade, e que à primeira vista todos tachamos de monstruosas inconseqüências, obedecem a uma lógica altíssima à superior. Pois que, reconhecendo a sociedade por única lei social o critério da maioria, sem outra norma ou regulador, como poderá negar-se ao Estado o perfeito direito de cometer quaisquer tropelias contra a Igreja todas as vezes que, segundo aquele seu único critério social, seja conveniente cometê-las? Admitindo-se que a razão está sempre da parte da maioria, fica por esse modo admitida como única lei a do mais forte; e portanto muito logicamente se pode chegar até às últimas brutalidades.
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Mas, apesar desta unidade lógica do sistema, os homens não são lógicos sempre; e isto produz dentro daquela mesma unidade a mais assombrosa variedade, ou gradação de tintas. As doutrinas derivam necessariamente e por virtude própria umas das outras; os homens, porém, são comumente ilógicos e inconseqüentes.
Os homens, levando até às últimas conseqüências os seus princípios, deveriam ser todos santos, quando os princípios fossem bons; e todos demônios do inferno, quando os princípios fossem maus. É a inconseqüência que, dos homens bons e maus, faz bons a meia bondade, e maus que o não são inteiramente.
Aplicando estas observações ao presente assunto do Liberalismo, diremos que liberais completos se encontram relativamente poucos, louvores a Deus; o que não obsta a que os outros, sem mesmo haverem chegado ao último limite da depravação liberal, sejam, contudo, verdadeiros liberais, isto é, verdadeiros discípulos, sectários ou partidários do Liberalismo, considerado como escola, seita ou partido.
Examinemos estas variedades da família liberal.
Há liberais que aceitam os princípios, porém rejeitam as conseqüências, pelo menos as mais duras e extremas.
Outros aceitam uma ou outra conseqüência, ou aplicação que lhes agrada, fazendo-se, porém, escrupulosos em aceitar radicalmente os princípios.
Quereriam uns o Liberalismo aplicado somente ao ensino; outros à economia civil; outros apenas às formas políticas. Só os mais avançados apregoam a sua natural aplicação a tudo e para tudo.
As restrições e mutilações do credo liberal são tantas, quantos os interesses por sua aplicação prejudicados ou favorecidos; pois existe geralmente o erro de crer que o homem pensa com a inteligência, quando o mais vulgar é que pensa com o coração, e muitas vezes também com o estômago.

Daqui os diferentes partidos liberais que apregoam Liberalismo de mais ou menos graus, como mais ou menos graduada, a gosto do consumidor, expõem o taberneiro a sua aguardente.
Daqui o não haver liberal para quem o vizinho mais avançado não seja um brutal demagogo, ou o menos avançado um furibundo reacionário. É assunto de escala alcoólica, e nada mais.
Assim, pois, tanto os que hipocritamente batizaram em Cadiz o seu Liberalismo com a invocação da Santíssima Trindade, como os que nestes últimos tempos lhe deram por emblema: – Guerra a Deus!, estão todos dentro da tal escala liberal; e a prova é que todos aceitam e em última análise invocam este denominador comum. O critério liberal ou independente é um entre eles, ainda que sejam, em cada um, mais ou menos acentuadas as aplicações.
De que depende esta maior ou menos acentuação? – Muitas vezes dos interesses; não poucas do temperamento; de certas influências de educação, que impedem uns de tomar o passo precipitado que tomam outros; de respeitos humanos talvez, ou considerações de família; de relações ou amizades contraídas, etc., etc. Isto sem contar a tática satânica que às vezes aconselha o homem a não propalar uma idéia para não produzir alarme, e para lograr torná-la mais viável e insinuante; o que sem juízo temerário se pode afirmar de certos liberais conservadores, em quem o conservador não costuma ser mais a máscara ou disfarce do franco demagogo. Contudo, na generalidade dos semiliberais, a caridade pode supor certa dose de candura e de natural bonhomia ou bobice, que se não os faz de todo irresponsáveis, como diremos depois, obriga não obstante a ter-se para com eles alguma compaixão.
Fica pois averiguado, curioso leitor, que o Liberalismo é um só, há porém liberais, como o mau vinho, de diferente cor e sabor.
VI
Do chamado Liberalismo Católico ou Catolicismo Liberal
De todas as inconseqüências e antinomias que se encontram nas escalas médias do Liberalismo, a mais repugnante de todas e a mais odiosa é a que pretende nada menos que a união do Liberalismo com o Catolicismo, para formar o que se conhece na história dos modernos desvarios pelo nome de Liberalismo Católico ou Catolicismo Liberal. O que não obsta tenham pago tributo a este absurdo inteligências preclaras e corações honradíssimos, que não podemos deixar de crer bem intencionados. O Liberalismo teve sua época de moda e prestígio, que, graças ao céu, vai passando, ou já passou.
Este funesto erro teve princípio num desejo exagerado de estabelecer conciliação e paz entre doutrinas que forçosamente e por sua essência são inconciliáveis e inimigas.
O Liberalismo é o dogma da independência absoluta da razão individual e social; o Catolicismo é o dogma da sujeição da razão individual e social à lei de Deus. Como conciliar o sim e o não de tão opostas doutrinas?
Aos fundadores do Liberalismo Católico pareceu coisa fácil. Excogitaram uma razão individual, ligada à lei do Evangelho, porém, coexistindo com ela uma razão pública ou social livre de toda a coerção. Disseram: O Estado, como tal, não deve ter religião, ou deve tê-la somente até certo ponto, que não vá incomodar os que não queiram tê-la. Assim, pois, o cidadão particular deve sujeitar-se à revelação de Jesus Cristo; porém o homem público deve, como tal, portar-se como se para ele não existira a dita revelação.
Desta maneira forjaram a célebre fórmula: A Igreja livre no Estado livre, fórmula para cuja propagação e defesa se ajuramentaram em França vários católicos insignes, entre eles um ilustre Prelado; fórmula, que devia ser suspeita, desde que a tomou Cavour para arvorá-la em bandeira da revolução italiana contra o poder temporal da Santa Sé; fórmula, de que, apesar do seu evidente desastre, não consta que seus autores se hajam retratado ainda.
Não chegaram a ver estes esclarecidos sofistas, que, se a razão individual era obrigada a submeter-se à lei de Deus, não podia declarar-se isenta dela a razão pública ou social sem cair num dualismo extravagante, que submete o homem à lei dos critérios opostos e de duas opostas consciências. Pois que a distinção do homem, em particular e cidadão, obrigando-o no primeiro caso a ser cristão e permitindo-lhe ser ateu no segundo, caiu imediatamente por si sob o peso esmagador da lógica integralmente católica. O Syllabus, de que adiante falaremos, acabou de desfazê-la sem remissão.
Ficou, todavia, desta brilhante – porém funestíssima – escola um ou outro discípulo tardio, que, não se atrevendo já a sustentar em público a teoria católico-liberal, de que fora outrora fervoroso panegirista, segue-a, contudo, obedecendo-lhe ainda na prática, talvez sem se aperceber de que se propõe pescar com redes, que, por velhas e conhecidas, o diabo mandou já recolher.


terça-feira, 19 de julho de 2011

¡VUELTOS HACIA EL SEÑOR! MONSEÑOR KLAUS GAMBER

¡VUELTOS HACIA EL SEÑOR! MONSEÑOR KLAUS GAMBER
 EL ALTAR Y EL SANTUARIO AYER Y HOY
"¡Cómo te contemplaba en tu santuario viendo tu fuerza y tu gloria!"
(Ps. 62,3)
"Desde que me despierto, sólo tu mirada me llena de alegría"
(Ps. 16,15).
   Estas palabras del salmista dicen bien lo que era la participación interior de los fieles del Antiguo Testamento entrando en el Templo de Jerusalén; en definitiva no son otra cosa que la oración de Moisés pidiendo a Dios poder contemplar su faz (cf. Ex. 33,11-23). Pero, así como Moisés sólo vio a Yahweh por detrás; igualmente el israelita creyente no veía más que el santuario de Dios; y si no pertenecía a la casta sacerdotal, sólo su exterior. 
   El visitante de la casa de Dios (Domus Dei) cristiana, debía expresar el mismo deseo que el salmista, el de ver "la gloria" de Dios y sentir su "poder", tal como aparece en el curso de la misa, a través de los ritos y las representaciones. Contemplamos al Señor oculto bajo las especies eucarísticas, pues en esta tierra no nos está permitido admirar la faz de Dios sin morir (cf. Ex. 33,20). 
   Orígenes nos recuerda que: "Es seguro que los poderes angélicos toman parte en la asamblea de los fieles, y que la virtud de nuestro Señor y Salvador está allí presente, así como los espíritus de los santos" [2]. Y el poeta sirio Balay declara: "A fin de que sobre la tierra se pueda encontrar (al Señor), Él se ha construido una casa entre los mortales y ha edificado altares... para que la Iglesia obtenga la vida. Que nadie se equivoque: ¡es el Rey quien habita aquí!, acerquémonos al Templo a contemplarlo! [3]. 
   A fin de ver un poco el "poder y la gloria" de Dios y para vivirla en la liturgia, los hombres en el transcurso de los pasados siglos, han edificado iglesias y catedrales y las han dotado lo mejor que podían. Han aceptado que sus templos, en cuanto morada de Dios, sean suntuosos, aunque ellos mismos viviesen a menudo en la mayor miseria. ¿Acaso no era su santuario? Por ello era su bien común. 
   Jamás se habían construido tantas iglesias nuevas como los años que siguieron a la segunda guerra mundial. La mayoría de ellas son construcciones puramente utilitarias, en las que se ha renunciado voluntariamente a hacer obra de arte; aunque frecuentemente hayan costado millones. Desde el punto de vista técnico, no les falta de nada: se benefician de una excelente acústica y de perfecta ventilación; bien iluminadas y fácilmente calentables. Se puede ver el altar desde todos los lados. 
   Sin embargo, esas Iglesias no son casas de Dios en sentido propio, no son un espacio sagrado, un templo del Señor donde se guste ir para adorar a Dios y expresarle nuestras necesidades. Son salas de reunión a donde no se va fuera de los momentos dedicados a los oficios. Como hacen juego con los "silos de habitaciones" o los "almacenes para humanos", cuales son los edificios de los barrios periféricos; a estas iglesias, en el lenguaje popular, a veces, se les llama "silos de almas" o "almacenes del pater noster". 
   Otras iglesias han sido expresamente concebidas como obras de arte; su modelo es la capilla de peregrinos de Ronchamp. El célebre arquitecto Le Corbusier, que era agnóstico, consiguió una obra maestra de la arquitectura. Pero no una Iglesia. Puede que sea un lugar de oración que predisponga a la meditación, pero no más. 
   Desde entonces, el modelo de la capilla de Ronchamp fue imitado y la construcción de Iglesias se convirtió en un terreno de experimentación, donde se desfogaba el subjetivismo de los arquitectos. Esto se volvió cada vez más fácil cuando se impuso el principio según el cual ya no existiría un "espacio sagrado" en oposición al "mundo profano". 
   Los nuevos edificios se convirtieron así en símbolos de nuestros tiempos, e igualmente en el signo de la descomposición de las normas existentes y en la imagen de todo lo que es caótico en el universo contemporáneo. Ahora bien, un lugar dedicado al culto tiene sus propias leyes, que no se someten ni a la moda ni a los cambios de los tiempos. Como en el Templo de Jerusalén, Dios habita en él de forma particular. Y aquí es donde se rinde culto a Dios. 
   A esto hay que añadir igualmente lo siguiente: hoy, las bases espirituales y teológicas fallan. La vida pública, en su mayor parte, se ha secularizado. Las Iglesias cristianas no constituyen ya, desgraciadamente, la fuerza principal de la sociedad occidental. Sin embargo, los arquitectos construyen hoy como si nada hubiese cambiado, mientras no falte el dinero. Los gigantescos centros parroquiales que se edifican en los barrios periféricos darán la impresión que la iglesia continua siendo el gran imán que atrae a los hombres. 
   En el futuro esto llevará a la construcción de edificios simples, relativamente limitados, que si no se distinguen en nada por su aspecto exterior, presentarán en su interior un acondicionamiento de buena calidad, enteramente orientados hacia su fin cultural. De manera análoga, la basílica de la Iglesia primitiva apenas se distinguía, en cuanto a construcción, del resto de los edificios de la calle; sin embargo, por la suntuosidad de sus cortinas y lámparas, y sobre todo por la rica ornamentación del altar y del santuario, el interior constituía un marco digno del misterio que en ella tenía lugar.
   En las nuevas iglesias, la disposición del santuario ha sido objeto de diferentes soluciones. Mientras que en las Iglesias construidas entre las dos guerras, existían varios escalones para subir al altar, que aparecía en una plataforma más elevada; hoy se le coloca sobre un podium aislado (en alemán, "Altarinsel" o islote del altar) dispuesto lo más cercano posible a los fieles. 
El centro de este podium está constituido por una mesa de altar (mensa), generalmente de grandes dimensiones y desprovista de toda ornamentación. Al lado se encuentra un ambón, de piedra como el altar, y detrás tres sillas o más (acolchadas) para el celebrante y sus asistentes. Por último, solo, en alguna parte del muro desnudo del ábside, el sagrario. El crucifijo, hacia el cual se dirigían hasta ahora las miradas de los que rezaban, falta casi siempre, o bien se encuentra de tamaño pequeño, encima del altar. Este último lleva, al lado del inevitable ramo de flores, algunos candeleros reunidos en manojo, o bien si se trata de los de gran tamaño, se les coloca directamente en el suelo alrededor del altar.
   Por el contrario las iglesias ortodoxas de Oriente se construyen hoy de la misma manera que se hacía hace más de mil años, y se las adorna con pinturas e iconos. Se trata aquí de un arte típico, al que tanto el arquitecto, como el artista están ligados al "typos" o modelo tradicional, sin que esto sea siempre uniforme. 
   En Occidente también, según la tradición en común con Oriente, era esencial que el santuario estuviera separado del espacio reservado a los fieles, como antaño en Jerusalén el santuario del resto de los edificios del Templo. El tan traído principio de nuestros días, según el cual "el altar debe ser el centro ", es falso en lo referente a su localización. 
   El altar es el centro de la acción sagrada: sobre él, en el curso de la celebración de la misa, reposa "el cordero sacrificado " del Apocalpsis (5,6). Por eso Santa Hildebranda de Bingen llama al altar "la mesa dispensadora de vida" y añade: "Cuando el sacerdote ... se acerca al altar para celebrar los santos misterios, un destello de luz aparece de pronto en el cielo. Los ángeles descienden, la luz rodea el altar ... y los espíritus celestes se inclinan a la vista del servicio divino" [4]. 
   La separación estricta entre el santuario y la nave apareció en la época en la que las muchedumbres empezaron a adherirse en masa a la Iglesia; por consiguiente lo más tarde alrededor del año 300. Entonces se edificaron barreras alrededor del coro y se colocaron cortinas, una rodeando el baldaquino del altar, otra en la pérgola de las barandillas del coro, pérgola que en las iglesias pequeñas, se reducía a un simple travesaño de madera (cf. fig. 1). Todo esto porque se pensaba que el misterio celebrado en el altar, debía ser preservado, no exponiéndolo directamente a las miradas de los hombres. 
   El iconostasio bizantino no es otra cosa que una extensión de esta barreras del coro (cancelli) de la Iglesia primitiva. El iconostasio tiene habitualmente tres puertas, como las cancelas construidas en tiempos del emperador Justiniano (]'565) en la iglesia de Santa Sofía de Constantinopla, dotada ya, como en general en los siglos siguientes, de representaciones de Cristo o de María, ángeles, profetas y apóstoles. El célebre icono de Cristo, en el monasterio del monte Sinaí, data de la misma época; debe provenir, teniendo en cuenta sus dimensiones -84 centímetros de alto-, de uno de estos antiguos iconostasios. Los iconos se colocaban, y se colocan todavía, parte entre las columnas de la pérgola y parte encima de éstas como en el caso de la "deisis" (Cristo entre María y Juan Bautista).
  En la iglesia de Occidente, las cortinas (vela), que se utilizaban desde los orígenes en la ornamentación del altar y las barreras del coro, no han cesado de ser utilizadas en las iglesias hasta la época barroca, donde todo estaba organizado para la vista y la claridad. Así encontramos en el sacramentario de Angulema (hacia el 800), al final de las fórmulas de consagración para una iglesia, la siguiente rúbrica: "Después se recubren los altares (con los manteles) y se cuelgan las cortinas del templo (vela templi)" [5]. Lo mismo, en el rito de consagración de las iglesias del sacramentario de Drogón (siglo IX) se habla de un "velum" suspendido entre la nave y el altar (ínter aedem et apare) [5]. Pero lo que importa, es que volvamos a tener respeto por el altar. 
   Tanto en la Iglesia de Oriente como en la de Occidente, existe la costumbre de que el sacerdote que se acerca al altar se incline profundamente ante él; y en el libro del Éxodo (29,37) se lee a propósito del altar del tabernáculo: "todo lo que le toque será santificado". El mismo Jesús declara "¡Ciegos!, ¿que es más, la ofrenda o el altar, que santifica la ofrenda?" (cf. Mt. 23,18), y que no se debe depositar en el altar ninguna ofrenda sino después de haberse reconciliado con el hermano (cf. Mt. 5,23). La ofrenda del sacrificio del Nuevo Testamento ha hecho que el altar se convierta en el Trono de Dios. Por lo que San Juan Crisóstomo advierte a sus lectores: "Piensa en el que va hacer su entrada aquí. Tiembla de antemano. Porque aquel que sólo apercibe el trono (¡vacío!) del Rey, se estremece en su corazón cuando espera la llegada del Rey" [6]. 
   En la Iglesia primitiva, y más tarde también, pendía del baldaquino del altar, además de la lámpara circular, un recipiente de oro y plata, generalmente en forma de paloma, donde se guardaba la eucaristía (para la comunión de los enfermos). Para este fin, a menudo se empleaba también un cofre que, como el Arca de la Alianza del Antiguo Testamento (arca), estaba hecho de madera de acacia recubierta de pan de oro o plata (cf. Ex. 37,1‑9). Se conserva en Coire un bello ejemplar del siglo VIII. El copón dorado del emperador Arnoul, antiguamente en San Emmeran de Ratisbona y actualmente en Munich, data del siglo IX. Con sus cuatro columnitas se asemeja mucho al "artophorión" (tabernáculo) que hoy se encuentra sobre el altar de las iglesias bizantinas. Estos receptáculos estaban siempre colocados sobre el altar o en un nicho colocado en su parte posterior. El tabernáculo metálico de la época moderna salió de aquí. En el siglo XIII, Guillaume Durand en su "Rational" o "Manual para los divinos oficios", habla de la instalación de un arca (tabernáculo) encima del altar, dentro del cual "se depositan conjuntamente el cuerpo del Señor y las reliquias de los santos" [7]. Por el contrario la conservación del pan eucarístico en un tabernáculo, situado en la pared izquierda del coro, es más reciente y era habitual sobre todo en la época gótica. La conservación sobre el altar es en todo caso muy atinada. Nada se puede objetar a la conservación de la santa eucaristía en otro lugar de la iglesia, con tal de que sea digno. 
   En el ábside, donde se encontraba el trono del obispo y las sedes de los sacerdotes, en su parte superior no se representó hasta el siglo V -como atestigua Nil d'Ancyre (t430) [8]- nada más que la cruz o bien -como todavía se puede ver en algún mosaico romano además de la cruz-, Cristo enseñante rodeado de los Apóstoles; después, más tarde, hasta la época gótica, en casi todo el Occidente, Cristo, sentado en su trono, dentro de una mandona, sobre el arco iris, rodeado de los cuatro animales del Apocalipsis (4,8) y de ángeles; en la parte inferior, la Madre de Dios, los Apóstoles y otros santos, representando la asamblea celestial. Durante la celebración de la Eucaristía, los fieles al contemplar la imagen de Cristo sobre su trono del cielo, lo sentían así igualmente entre ellos. No basta con recordar las palabras del Señor: "Donde hay dos o tres reunidos en mi nombre, allí estoy yo en medio de ellos" (Mt. 18,20); es necesario expresarlo de manera sensible, precisamente por la imagen. 
   Un muro de ábside totalmente desnudo, como se encuentra en muchas iglesias modernas, era en otro tiempo algo inconcebible. Cuando se terminaba una nueva construcción, precisamente este muro era lo primero que se decoraba con mosaicos o pinturas, y sólo después se hacía con los otros muros. Recuérdense aquí los magníficos mosaicos de la basílica de Ravena y los de las catedrales de Venecia, Torcello y Parenzo. Mientras que las pinturas del ábside tenían ante todo un carácter cultual, pues evocaban la presencia del Señor, sentado en su trono, dominando la asamblea; las pinturas de la nave, con sus escenas extraídas del Antiguo y Nuevo Testamento tenían como primer efecto según el pensamiento occidental, un fin didáctico. Estaban destinadas a enseñar a los fieles las realidades divinas.
Por el contrario el Oriente bizantino ve ante todo en estas representaciones una actualización de los misterios de la salvación; lo mismo que los numerosos retratos de Santos, a lo largo de los pilares y de los muros laterales, simbolizan la presencia de la asamblea celeste o el hecho de unirse a ellos (cf. Heb. 12,22). Por esto el interior de la iglesia ortodoxa se convierte en el lugar, donde se juntan el pasado, el presente y el futuro; donde la eternidad -(el "hodie", el "hoy", palabra por la que comienzan numerosos cantos solemnes)- aparece; donde el cielo y la tierra se unen. En las iglesias de Occidente, ya lo hemos visto, la mirada de los participantes se dirigía hacia la representación del Hijo de Dios transfigurado, así como hacia la cruz, signo de nuestra salvación. La cruz se consideraba sobre todo signo de victoria, el signo del Hijo del Hombre, regresando al fin de los tiempo (Mt. 24,30) y, por esto se la adornaba con oro y piedras preciosas. Se colocaba tras el altar; y, hasta la época romana, no llevaba el cuerpo de Cristo. 
   Sólo más tarde se impuso la costumbre de pintar en la Cruz la imagen del Crucificado o de fijarla en forma de representación sobre esmalte; pero aún entonces no como un Cristo de dolor o muriendo entre atroces sufrimientos, sino como el que ha vencido a la muerte o como sumo sacerdote. La representación plástica de un cuerpo martirizado, tal como ha llegado a ser habitual en Occidente, por principio se rechaza en Oriente, porque se piensa que resalta demasiado el aspecto físico o humano. 
   Como, según la concepción tradicional, la representación en el ábside del Hijo de Dios en gloria y la cruz sobre o encima del altar son elementos esenciales de la decoración del santuario, jamás se puso en duda que la mirada del sacerdote celebrante debía dirigirse, durante la ofrenda del sacrificio, hacia el Oriente, hacia la cruz y la representación de Cristo transfigurado, y no hacia los fieles que asistían a la celebración, como actualmente es el caso en la celebración versus populum (cara al pueblo). 
   Sin embargo, pocas iglesias modernas tienen tal punto de referencia; parece que en general los artistas modernos temen introducir obras plásticas en las iglesias. Esto se debe a los conflictos interiores que desgarran al hombre moderno y que le impiden crear un arte sacro. En definitiva lo que falta es la tradición que, en las iglesias de Oriente, no ha cesado de impregnar hasta nuestros días el desarrollo del culto, la arquitectura de las iglesias y el arte litúrgico. 
   En la ortodoxia, el artista tiene por misión principal, representar el misterio de la salvación, tal como se describe en las Sagradas Escrituras y ha sido trasmitido por la Tradición, delimitación que le preserva de las arbitrariedades, con frecuencia tremendas, que podemos encontrar en el arte sacro contemporáneo, sin que por ello le limiten demasiado en su realización artística. 
   Mientras que en Occidente (al contrario de lo que ha ocurrido en Oriente), la disposición del santuario y de los altares ha sufrido en diversas ocasiones cambios a lo largo de los siglos, (al fin de la época románica, y sobre todo en la época gótica, se dotó a los altares de retablos, lo que finalmente trajo la aparición de los altares barrocos, tan típicos por su altura), no se puede negar que en nuestros días se ha producido en este aspecto un nuevo cambio, de orden fundamental, después del concilio Vaticano II. 
   Así, después del concilio, en muchos lugares, se ha suprimido el reclinatorio de la comunión, que quedaba de la antigua clausura del coro; y se ha colocado, delante del altar mayor, otro altar destinado a la celebración, cara al pueblo. ¡Y por todas partes micrófonos!, micrófonos en el altar, micrófonos en los sitiales, micrófonos en el ambón. En cuanto al antiguo púlpito, ya no se utiliza más. 
   Se ha procedido a esta nueva disposición del santuario con una unanimidad extraordinaria en casi todo el mundo. Mientras que en las antiguas iglesias el (nuevo) altar cara al pueblo, los sitiales y el ambón se han concebido como objetos movibles, pudiendo en todo momento ser trasladados; en los edificios renovados o de nueva construcción esta disposición es definitiva en función de esta nueva organización que se cree "moderna". 
   Se conserva la eucaristía en un tabernáculo mural (en medio de la pared del fondo o en la pared lateral izquierda). El nuevo altar cara al pueblo suele ser de piedra, su disposición muchas veces sólo permite la celebración versus populum, los sitiales son también de piedra así como el ambón; todo con una apariencia de mole y de un estilo con frecuencia dudoso y, en todo caso, sin ninguna relación con la tradición.
Ahora bien, indagando en los siglos pasados tendríamos verdaderamente bastantes modelos capaces de aportarnos ideas para esta organización, en particular del altar.
E. A. Lengeling ha expuesto las "Tendencias de la construcción de iglesias católicas en Alemania según las decisiones del concilio Vaticano II" (Tendenzen des deutschen Katholischen kirchenbaus aufgrund der Beschlüsse des II. hatikanischen Konzils) en un artículo aparecido bajo este título en el Litusgisches Jahrbuch de 1967. Las tendencias que allí se exponían han sido entre tanto impuestas de forma casi unánime. Pero no se ha tratado seriamente de fundamentar históricamente esta nueva disposición, salvo el estudio de Otto Nussbaum, del cual hablaremos más adelante. 
   Para terminar, una palabra más sobre las celebraciones eucarísticas de masas al aire libre. En estas manifestaciones muchos sienten una verdadera pesadilla, sobre todo en lo relativo a la forma en que se distribuye la comunión a la gente. No lo olvidemos; es verdad que Jesucristo predica a grandes multitudes, que a menudo alcanzaban miles de personas (cf. Mt. 14,21); sin embargo no instituyó la Santa Eucaristía en presencia de masas humanas sino en el círculo restringido de sus apóstoles. 
   Fue parecer de toda la cristiandad, que la misa, ese sacrificio que une el cielo y la tierra, no podía celebrarse sino en locales sagrados preparados al efecto. Se recordará que el cordero pascual judío también sólo podía ser consumido bajo techo y no al aire libre (cf. Ex. 12,46). 
   Es necesario pensar además en el hecho de que la preparación y la consagración de las hostias necesarias para la comunión de varios miles y a menudo hasta un millón de personas, ocasiona enormes dificultades. 
   Parece que, por razones de principio, no se quiera renunciar a una participación de los fieles en la comunión -aunque esto hubiera sido la solución más simple- porque, partiendo del carácter de cena propio de la misa, se piensa, sin razón, que la recepción de la Comunión es necesaria para poder participar en cualquier misa.
Pero lo que es del todo incomprensible que se celebren misas al aire libre, cuando se dispone de iglesias amplias. Va en contra de una tradición de la iglesia de casi 2.000 años y además en contra de la misma naturaleza de la santa misa, que ha sido siempre considerada como un sacrificio y la realización de un misterio. Para celebrar el "misterio de la Fe", deberíamos resguardarnos en los muros de nuestras iglesias, protectores del misterio. La santidad del lugar incitará a tomar la buena actitud, cara a lo sagrado, que sólo se desvela a aquél que se acerca con respeto.  

 EL ALTAR CARA AL PUEBLO     
Preguntas y respuestas 
   "Llegó otro ángel y púsose en pie junto al altar con un incensario de oro, y fuéronle dados muchos perfumes para unirlos a las oraciones de todos los santos sobre el altar de oro que está delante del trono". (Ap. 8,3)
   Según la concepción de la epístola a los Hebreos, el templo terrestre de Jerusalén y su altar son la imagen del santuario que está en los cielos y en el que Cristo, eterno y sumo sacerdote ha entrado (Ef. Heb. 9,24).  
   La liturgia celeste y la terrestre no son más que una. Según el pasaje del Apocalipsis citado en el encabezamiento, un ángel se encuentra delante del altar de oro del cielo, con un incensario de oro en las manos, para ofrecer las oraciones de los fieles ante la faz de Dios. Nuestra ofrenda terrenal no es tampoco totalmente aceptable delante de Dios, sino "llevada de la mano del ángel hasta el altar del cielo", como se dice en el canon de la misa romana. 
   La idea según la cual el altar terrenal era una imagen del arquetipo celestial ante el trono de Dios, ha determinado su disposición y la posición del sacerdote ante él: el ángel con el incensario de oro está situado, como hemos leído, ante el altar. Además las prescripciones que Dios dio a Moisés (Cf. Ex. 30,1-8) han jugado también un importante papel. Eran necesarias estas observaciones preliminares para hacer comprender cuánto han cambiado las actuales concepciones relativas al altar. Estos cambios no se han efectuado bruscamente sino poco a poco; todo empezó muchos años antes que el Concilio Vaticano II. 
   En los Richtlinien für die Gestaltung des Gotteshauses aus dem Geist der rómischen Liturgie (Instrucciones para la disposición de las Iglesias en el espíritu de la liturgia romana) de 1949, Theodor Klauser adelanta que: "Ciertas señales hacen entrever que, en las Iglesias del futuro, el sacerdote se colocará como antaño tras el altar y celebrará cara al pueblo, como aún se hace hoy en ciertas basílicas romanas; el deseo, que se percibe por doquier, de ver más claramente expresada la comunidad de la mesa eucarística, parece exigir esta solución" (n° 8). 
   Lo que Klauser presentaba entonces como deseable, ha llegado a ser, como sabemos, la norma en casi todas partes. Se piensa que se ha recuperado una costumbre de la primitiva cristiandad; pero como demostrarán claramente las explicaciones siguientes, se puede probar con certeza que jamás ha habido ni en la Iglesia de Oriente ni en la de Occidente celebraciones versus populum (cara al pueblo) sino que siempre todos se volvían hacia el oriente para rezar, ad dominum (hacia el Señor). 
   La idea de un cara a cara entre el sacerdote y la asamblea en la misa se remonta a Martin Lutero que hacia notar en su opúsculo Deutsche Messe und Ordnung des Gottesdienstes (La misa alemana y el orden del culto divino) de 1526, al comienzo del capítulo de "El Domingo para los laicos": "Conservaremos los ornamentos sacerdotales, el altar y los velas hasta el agotamiento, o hasta que nos convenga cambiarlos. Sin embargo dejaremos hacer a los que quieran hacer otras cosas. Pero en la verdadera misa, entre verdaderos cristianos, será necesario que el altar no quede como está y que el sacerdote se vuelva siempre hacia el pueblo, como sin duda lo hizo Cristo durante la cena. Pero esto puede esperar".
   Y he aquí que el momento esperado ha llegado ...... 
   Para justificar el cambio de posición del celebrante en relación con el altar, el Reformador se refería a la situación de Cristo durante la última Cena. En efecto, tenía ante sus ojos las habituales representaciones de la época: Jesús está de pie o sentado en medio de una gran mesa y los Apóstoles lo rodean, a su derecha y a su izquierda. 
   ¿Pero, efectivamente, ocupaba Jesús esta posición? 
   Ciertamente no, pues hubiera contravenido las costumbres domésticas de la época. En tiempo de Jesús, y aún siglos más tarde, se empleaba o una mesa redonda o una mesa en forma de sigma (en semicírculo). La parte delantera quedaba libre para permitir servir los distintos platos. Los convidados estaban sentados o acostados detrás de la mes semicircular. A este efecto utilizaban divanes o un banco, en forma de sigma. El sitio de honor no estaba, como pudiera pensarse, en el centro, sino a la derecha (in cornu dextro). El segundo sitio de honor estaba enfrente. 
   Esta disposición de los asientos se encuentra constantemente en las más antiguas representaciones de la Cena de Jesús y permanece hasta el corazón de la edad media. El señor está siempre, sentado 0 recostado, en el lado derecho de la mesa (Cf. fig. 4). Hacia el siglo XIII comenzó a imponerse otro tipo de representación: colocan a Jesús detrás de la mesa y en medio de los Apóstoles, que le rodean. Esta es la imagen que tenía Lutero ante sus ojos. 
   Esta representación tiene en efecto toda la apariencia de una celebración versus populum. Pero en realidad no tiene nada de parecido, puesto que el "pueblo", hacia el que el Señor hubiera debido volverse estaba ausente, como se sabe, de la sala de la cena. Lo que quita todo valor a la argumentación de Lutero. Por otra parte, en cuanto sabemos, éste jamás exigió que se celebrase vueltos hacia la asamblea; entre las comunidades protestantes, solamente los Reformados adoptaron la costumbre de hacerlo.
PRIMERA PREGUNTA 
   ¿Cuál era la situación en la primitiva Iglesia? ¿No estaban los fieles con el presidente sentados a la "mesa del Señor"?
   Aquí es conveniente distinguir bien entre la celebración del ÁGAPE (comida fraternal) y la de la EUCARISTÍA, que primitivamente se hacia a continuación del ágape, y más tarde la precedió. Esta cuestión la he tratado en detalle en mi libro "Beracha". 
   En los primeros siglos, cuando el número de miembros de la comunidad era aún restringido, se conservó la misma disposición de los asientos de la última Cena, tanto más cuanto que ella correspondía a las costumbre de la época. Muchas iglesias domésticas de la Iglesia primitiva, cuyos restos se han encontrado en las regiones alpinas, lo prueban claramente. En el centro de una habitación relativamente pequeña (poco más de 5 x 12,5 m) se encuentra un banco de piedra semicircular capaz para quince o veinte personas [9]. 
   En los pueblos, en que el número de fieles era más elevado, había que añadir mesas suplementarias. El obispo y los presbíteros se sentaban en una de ellas, los fieles en otras, separados hombres y mujeres. En la epístola a los Gálatas (2,11‑12), el apóstol Pablo reprocha al apóstol Pedro el sentarse con los judíos convertidos, separado de los paganos convertidos. 
   Mientras que para la cena común, el ágape, estaban sentados en las mesas, para la celebración eucarística se levantaban y se colocaban detrás del celebrante que permanecía ante el altar, como lo prescribe expresamente la Didascalia de los Apóstoles, una instrucción de los siglos II-III, que exige que se vuelvan estrictamente hacia el Oriente [10]. 
   En el estadio siguiente, una vez suprimida la comida fraternal (hacia el siglo IV) desaparecen las mesas. En lo sucesivo los fieles se sentaran en bancos dispuestos a lo largo de los muros de la Iglesia. La mesa del altar, que antes era de madera, se convierte en un altar de piedra.  
SEGUNDA PREGUNTA   
   ¿Cómo podemos oponernos a los modernos altares cara al pueblo, cuando han sido prescritos por el Concilio y prácticamente se han introducido en el mundo entero?
   En vano se buscará, en la Constitución sobre la liturgia, promulgada por el Concilio Vaticano II, una prescripción que exija celebrar la santa misa de cara al pueblo. Aún en 1947, el Papa Pío XII resaltaba en su encíclica Mediator Dei (n° 49), cuánto se equivocaba aquel que quisiera dar al altar su antigua forma de "mensa" (mesa). Hasta el concilio la celebración cara al pueblo no estaba autorizada (1 Ver más adelante pág. 26 y siguientes, con respecto al caso particular de ciertas basílicas romanas); estaba sin embargo tolerada tácitamente por algunos obispos, sobre todo para misas de jóvenes. 
   Entre nosotros, en Alemania, la nueva posición del sacerdote hizo su aparición con la Jugendbewegung (Movimiento de la Juventud) en los años veinte, cuando se empezaron las celebraciones eucarísticas en pequeños grupos, jugando un papel de precursor Romano Guardini con sus misas en el Castillo de Rothenfels. El movimiento litúrgico difundió esta costumbre, principalmente Pius Parsch, que acondicionó, en este sentido para su "parroquia litúrgica", una pequeña iglesia románica (Santa Gertrudis) en Klosterneuburg, cerca de Viena. 
   Finalmente, estos esfuerzos fueron aprobados por la instrucción de la Congregación de Ritos Inter oecumenici de 1964, que en consecuencia inspiró el nuevo misal. Allí se prescribe (para las nuevas construcciones): "Es aceptable construir el altar mayor separado del muro para que se facilite la vuelta y que se pueda celebrar cara al pueblo; y se colocará en el edificio sagrado de forma que sea verdaderamente el centro hacia el cual se vuelva espontáneamente la atención de la asamblea de fieles" (n° 91). 
   Desgraciadamente es exacto que los nuevos altares cara al pueblo se han instalado por todo el mundo, al menos esta parece ser la corriente que existe en la Iglesia católica romana. Sin embargo, propiamente hablando no puede decirse que estén prescritos. 
   En las Iglesias ortodoxas de Oriente, donde hoy existen millones de cristianos, se ha continuado respetando la costumbre de la Iglesia primitiva, según la cual el sacerdote, que celebra el Santo Sacrificio, está vuelto, con los fieles, hacia el ábside. Esta actitud vale tanto para las Iglesias de rito bizantino (griegas, rusas, búlgaras, serbias, etc.) como para las llamadas de rito oriental antiguo (armenia, siriaca, copta). 
   Que el altar deba estar separado del muro "para que se le pueda dar fácilmente la vuelta" es otra cuestión. Esta exigencia de la Congregación de Ritos está totalmente de acuerdo con la tradición" (El pontifical romano tradicional, en el capítulo "Sobre la dedicación de las iglesias", exige expresamente que el altar no esté adosado al muro, para que se le pueda dar la vuelta por todos lados a fin de poder cumplir convenientemente los ritos de consagración. El "misal de San Pío V" (edición de 1962), por otro lado indica la manera de proceder a la incensación de este tipo de altares. En contra de lo que a menudo se cree, el altar así dispuesto esta perfectamente de acuerdo con la tradición, aunque a partir de la baja edad media, se prefirió a menudo adosarlo al muro) 
   Durante más de diez siglos, como hasta en nuestros días en las iglesias ortodoxas de Oriente, el altar ha permanecido desprovisto de superestructuras. Un cambio se produjo en la época gótica con la aparición de los retablos. Estos tenían en parte la misma misión que las pinturas del ábside y los muros de la iglesia, representando las diferentes etapas de la salvación, desde la Anunciación del Ángel hasta la Ascensión del Señor. 
   Mientras que en las iglesias pequeñas los altares estaban adosados al muro del ábside, en las grandes, como se ha visto, frecuentemente estaban colocados, hasta la época gótica, en medio del santuario. Entonces se podía dar la vuelta alrededor cuando se incensaba, como se dice en el salmo 25: "Yo lavaré mis manos en la inocencia / y andaré en derredor de tu altar, ¡oh Yave! Haciendo resonar cantos de alabanza / ensalzando todos tus prodigios". 
   Para resaltar la santidad del altar, por lo menos en las iglesias mayores, éste tenía sobrepuesto un baldaquín precioso sostenido por cuatro columnas. Se fijaban cortinas en los cuatro lados. Indudablemente hacían referencias a las cortinas del Templo de Jerusalem, que separaban el Santo de los Santos (Sancta Santorum) del santuario, tal como Dios se lo había prescrito a Moisés: "Harás un velo de púrpura violeta y escarlata ...Lo suspenderás de cuatro columnas de madera de acacia recubiertas de oro ...Colgarás el velo en corchetes, y allí, detrás del velo pondrás el arca de la alianza. El velo servirá para separar el santo de los santos del santuario" (Ex. 26,31-33). 
   En el rito bizantino, como hemos visto, el Iconostasio sirve para hacer esta separación; pero según la concepción ortodoxa, éste con sus iconos representa también la Ecclesia caelestis (la Iglesia del Cielo), que celebra acorde con los fieles; si bien no debe ser considerado solamente como un objeto de separación sino de contemplación, para aquellos que participen en la celebración. 
   En otros ritos orientales no bizantinos, el Iconostasio no se emplea. En su lugar, como en el rito Armenio, encontramos dos cortinas: una pequeña ante el altar y una grande escondiendo todo el coro a los ojos de los fieles durante determinados momentos de la liturgia de la misa. Por ello San Juan Crisostomo dice: "Cuando veas correr las cortinas, piensa que entonces el cielo se abre en las alturas y que los ángeles descienden" [11]. 
   Según el testimonio de Guillaume Durand, estas cortinas se utilizaron igualmente en occidente hasta la mitad de la edad media. Habla de tres velos: uno recibe las ofrendas del sacrificio, el segundo rodea el altar y el tercer velum está suspendido delante del coro [12]. 
   Mientras que en sus principios la Iglesia, dentro de lo posible, ocultaba el altar, rodeándolo de telas preciosas y de tapices; he aquí que hoy este altar se encuentra, desnudo, en medio de la nave, expuesto a todas las miradas. ¿Acaso su santidad, como lugar donde se ofrece el sacrificio, está más resaltada de esta forma? Seguramente no. A menos que se quiera -contra toda tradición- considerarlo como una mesa de comedor y ponerlo así de manifiesto. 
   Entonces, ciertamente, no me queda más que aceptarlo .... 
   Pero en este caso, no se trataría de hacer presente aquí en la tierra el mundo celestial; se trataría del hombre y de su universo. El universo de Dios, de sus ángeles y santos, se convierte en marginal, pues apenas toca el nuestro. ¡Puede ser que, a pesar de todo, se interesen por un hombre llamado Jesús y de ciertos pasajes cuidadosamente escogidos de su Evangelio!  

TERCERA PREGUNTA 
   ¿En la edad media no había un altar destinado al pueblo, además del Altar mayor, como hoy día?
   Esto es exacto en la medida en que en las iglesias Catedrales y en los monasterios había, por regla general, desde el fin de la época románica, un altar destinado al pueblo, colocado delante de la verja: era una especie de clausura del coro, pero un poco más alto que el de las iglesias primitivas, con dos entradas, que daban al coro de los canónigos o de los monjes; los cuales se encontraban así separados del resto de la iglesia. A causa de la cruz colocada encima de este altar o más exactamente en la verja, se conocía este altar como "el altar de la cruz".
   Sobre este altar, en estas iglesias, se celebraba la misa para el "pueblo" (Pero "de espaldas al pueblo"); así toda misa destinada a una asistencia numerosa, como las misas solemnes de funerales o, en una iglesia catedral, la misa de coronación de un soberano. La predicación se hacía desde el púlpito. Sólo las misas conventuales (solemnes) se celebraban en el altar mayor, en el coro.
   La función de la verja no era, pues, en primer lugar, ser una barrera entre el clero y el pueblo -y no se la debe comparar por esto con el iconostasio bizantino- sino más bien estaba destinada a crear para los canónigos o los monjes un espacio donde se pudiesen desarrollar, sin ser perturbadas, las funciones litúrgicas del coro (liturgia de las Horas y misa conventual). Por razones, tanto litúrgicas como arquitectónicas, fue totalmente irracional hacer desaparecer la verja y el altar de la cruz. Tal fue el caso de Alemania casi por todas partes, en la época de la Ilustración, siguiendo órdenes de las autoridades seculares [13].
   Lo mismo que entonces se procedió a importantes modificaciones arquitectónicas en el interior de las iglesias -era necesario que los fieles tuvieran visión directa sobre el altar mayor- de la misma manera hoy, después del concilio, casi todas las antiguas iglesias han sido retocadas por los trabajos de "renovación".
   Quien recorre hoy el mundo y visita las iglesias, descubre las soluciones más singulares en la disposición del santuario. En Italia sobre todo, cuando esto fue posible, los altares barrocos fueron despojados de su mesa, reemplazándola por los sitiales del celebrante y de sus asistentes. Pensamos que es la menos feliz de las soluciones, puesto que el retablo pierde así su antigua referencia al sacrificio eucarístico y se ve "degradado" hasta el punto de servir de respaldo a los asientos de los sacerdotes.
   En la mayor parte de los casos, el antiguo altar mayor con su tabernáculo sólo sirve para conservar el Santísimo. Es necesario resignarse a que el sacerdote que se encuentra en el altar, dando cara al pueblo, vuelva constantemente la espalda al tabernáculo, hacia el cual, hasta hace poco, se dirigían los ojos de los fieles, cuando rezaban. En otras ocasiones, el coro parroquial se instala en las gradas del altar mayor, dando los cantores la espalda al tabernáculo y sirviéndose de la mesa de altar para depositar en ella sus diversos accesorios.
   Por la misma razón, cuando las consideraciones artísticas lo permitían, se ha suprimido totalmente el altar mayor para conservar el  Santísimo en un tabernáculo lateral, dentro del muro. Inmediatamente se planteó la pregunta, cómo ocupar el espacio del ábside que se había dejado vacío. A esto se han dado diferentes soluciones. Con frecuencia se ha instalado el órgano y su caja decorativa, o bien, la mayor parte de las veces, el coro parroquial, o simplemente se ha suspendido del muro del ábside el antiguo retablo del altar o un tapiz valioso, a manera de ornamento.
   En definitiva ninguna de estas soluciones es satisfactoria, pues al instalar un nuevo altar, a este exceso de pura apariencia, se añade el hacer desaparecer el centro de gravedad espacial que constituía el altar mayor a los ojos del arquitecto que concibió la iglesia. Sin duda ninguna, A. Lorenzer, tiene razón cuando escribe: "El significado del altar forma parte integrante de la iglesia, ... el desplazamiento de este centro de gravedad espacial obligaría a una distribución totalmente nueva" [14].
   Esto se hace de una evidencia impresionante en las grandes iglesias, como por ejemplo en la catedral de Spire, donde las miradas de los que entraban se dirigían inmediatamente al antiguo altar mayor, coronado por su baldaquino. Hoy vaga en el vacío. La nueva mesa de altar, instalada en el coro, no obstante sus dimensiones y estar colocada en alto, apenas se hace visible y el altar cara al pueblo, unos escalones más abajo, no constituye de ninguna manera "centro de gravedad espacial ".

CUARTA PREGUNTA

   En el "Manual de liturgia para el púlpito, la escuela y la casa" (Handbuch der Liturgie für Kanzel, Schule und Haus) del P. Alfons Neugart (1926), se lee: "En las basílicas de la primitiva Iglesia, el altar estaba colocado en medio del ábside del coro y el sacerdote celebrante se colocaba detrás de éste, con la cara vuelta hacia el pueblo. No había sobre el altar ni cruz, ni velas. Los sitiales para el obispo y eclesiásticos estaban colocados rodeándolo a lo largo del muro. Posteriormente el altar se adosó al muro, tal y como lo encontramos en nuestros días". ¿Es esto exacto?
   Lo que es exacto es que, durante los primeros siglos, los sitiales del obispo y los sacerdotes se colocaban a lo largo del muro del ábside y no a sus lados. En los territorios griegos, con frecuencia estaban recargados de varias gradas, a fin de que el Obispo, sentado en su trono, pudiese ser visto de todos y ser mejor oído cuando pronunciaba su sermón desde su sede. La sede central se reservaba siempre para el Obispo, como todavía hoy en Oriente.
   También es cierto que originariamente no se ponían en el altar ni cruces, ni velas, ni atril para el misal, solamente el cáliz y la patena con las ofrendas. Esto lo podemos comprobar en las pinturas y miniaturas medievales de la misa. Pero sí existía, hasta una época reciente, la costumbre de adornar con flores el suelo de la iglesia; jamás se adornaba con flores el altar.
   Por regla general los altares eran pequeños, con una superficie que raramente sobrepasaba el metro cuadrado. En el claustro de la catedral de Ratisbonne existe, por ejemplo, un pequeño altar de piedra maciza, que se remonta a una época muy antigua; pero se encuentra también en "la antigua catedral" un enorme altar (de dos metros diez por un metro cuarenta) que posiblemente data del siglo V, representando una "confesión", lo que quiere decir que formaba parte del sepulcro de un mártir. De aquí su enorme tamaño. La pequeña superficie, de la mayoría de los altares, sólo dejaba espacio para las ofrendas del pan y del vino; precisamente esta característica servía para resaltar el carácter sacrificial de la misa; lo mismo que en los sacrificios de judíos y de paganos, sólo las ofrendas propiamente dichas tenían sitio sobre el altar.
   Los altares en forma de mesas de grandes dimensiones eran raros en la antigüedad. Sin embargo igual que los altares que hemos citado, eran también profusamente adornados con telas preciosas, que colgaban hasta el suelo por los cuatro lados, aunque la mesa que recubrían no aparecía como tal mesa. Más tarde, en muchos lugares, se puso en la cara anterior de los altares, una alfombra de tela, madera o metal, ricamente adornada. Pero no se puede afirmar que el carácter de cena de la misa se pusiese de manifiesto por los altares en forma de mesa.
   Más adelante hablaremos con detalle de la posición del sacerdote en el altar en tiempos de la Iglesia primitiva. Solamente citaremos aquí lo que escribió en la revista Der Seelsorger, en 1967, poco después del fin del Concilio Vaticano II, el P. Josef A. Jungmann, autor de la conocida obra Missarum sollemnia: "La afirmación, tan a menudo repetida, de que el altar de la iglesia primitiva suponía siempre que el sacerdote estaba vuelto al pueblo, se comprueba que es una leyenda".
   Jungman además nos advierte contra el peligro, si se preconiza el altar cara al pueblo, de "hacer de esto una exigencia absoluta y, finalmente, una moda a la que nos sometemos sin reflexionar". Según él, la principal razón de esta recomendación de celebrar cara al pueblo es la siguiente: "Existe en nuestros días la tendencia de cargar el acento exclusivamente en el carácter de cena de la eucaristía".
   Por su parte el propio Cardenal Ratzinger, en estos últimos años, nos llama la atención cada vez con más frecuencia contra el peligro de considerar la liturgia sólo bajo el aspecto de "comida fraternal" [16].

QUINTA PREGUNTA

   ¿No celebra el Papa desde tiempo inmemorial vuelto hacia al pueblo; y no existe en San Pedro de Roma un altar aislado elevado sobre un podium, como en la mayor parte de las Iglesias modernas?
   Parecería exacto que la idea de un altar central, aislado sobre un podium estuviese en cierta forma preconfigurada en la iglesia barroca de San Pedro (pero no en la iglesia constantiniana que le precedió): el altar papal, ligeramente elevado, se encuentra aislado en medio de la iglesia, justo bajo cúpula central, suspendida sobre la "confesión" y la tumba del Príncipe de los Apóstoles; fácilmente visible desde todos los lados, es decir, desde la nave como desde los dos brazos del transepto.
   Los que anteriormente hubiesen presenciado una misa papal se habrían dado cuenta que el Papa no se colocaba delante del altar, como en el resto de la cristiandad, sino detrás de éste. Algunos liturgistas sacaron inconsideradamente la conclusión de que aquí se había conservado la posición cara al pueblo, que el celebrante había tenido en la iglesia primitiva.
   Pero, como lo vamos a demostrar, se trata de la orientación de la plegaria, pues la iglesia de San Pedro no tiene el ábside orientado al este, sino hacia el oeste, como la mayoría de las antiguas iglesias.
   Sin embargo, como lo muestran las fotografías tomadas antes del advenimiento de Pablo VI, que luego emprendió la transformación del altar papal, los fieles presentes apenas podían percibir la figura del papa, debido a las enormes dimensiones de la cruz y de los candelabros del altar. Por ello no puede hablarse de una celebración versus populum propiamente dicha. No se trata tampoco de un privilegio del Papa, como se ha afirmado. Existen, en efecto, otras iglesias en Roma, en las que el ábside está orientado a occidente y donde el celebrante está igualmente colocado detrás del altar.
   En las modernas iglesias, construidas después del Concilio Vaticano II, a menudo se encuentra, como en San Pedro de Roma, un altar aislado sobre un podium, pero en el que falta el baldaquino que lo corona. Como se trata de un podium aislado en medio de la iglesia, desprovisto de cualquier orientación, normalmente rodeado de bancos para los fieles, es difícil encontrar un lugar adecuado para la cruz del altar, de la cual ya hemos expuesto más arriba la función de punto de referencia, cruz que es siempre exigida por las nuevas reglas litúrgicas. En la Institutio generalis del nuevo misal se puede leer: "Por ello, sobre el altar o en su proximidad, se colocará una cruz, bien visible por la asamblea" (n° 270).
   Este era el caso del "altar de la cruz" medieval (Colocado delante de la reja, que separaba el coro del antecoro); pero ya no lo es; por lo que para satisfacer de una forma u otra esta prescripción, se cuelga o coloca sobre el altar una crucecita.

SEXTA PREGUNTA

   ¿Se puede decir que estaba bien que el sacerdote rezara vuelto hacia una pared? ¿no parece mejor que lo haga vuelto hacia la asamblea?
   En cuanto se coloca ante el altar, el sacerdote no reza en dirección a una pared, sino que todos los que están allí presentes lo hacen conjuntamente en dirección al Señor, tanto más cuanto que hasta ahora lo que importaba, no era formar una comunidad, sino rendir culto a Dios por intermedio del sacerdote, representante de los participantes y unido a ellos.
   Por esto, hablando de la dirección de la oración, San Agustín, obispo de Hipona, escribe: "Cuando nos levantamos para orar, nos volvemos hacia el Oriente (ad orientem convertimur) desde donde el cielo se eleva. No que Dios sólo se encuentre allí, o que haya abandonado las otras regiones de la tierra... sino para exhortar al espíritu a volverse hacia una naturaleza superior, es decir, hacia Dios" [17].
   Esto explica porque los fieles, después del sermón, se levantaban de sus asientos para la plegaria, que a continuación se hacía y se volvían hacia el oriente. San Agustín les invitaba a ello frecuentemente al terminar sus sermones, empleando, a manera de frase ya consagrada, las palabras: "Conversi ad Dominum " (vueltos hacia el señor).
   Se puede evocar aquí una palabra de San Pablo. Consciente de que "El tiempo que pasamos en nuestro cuerpo es un exilio lejos del Señor, porque caminamos en la fe, no en la visión", él desea estar "ausente de su cuerpo y presente cerca del Señor" (ad Dominum) (2 Cor. 5,6‑8).
   Así pues, volverse hacia el Señor y mirar hacia el Oriente, para la Iglesia primitiva era una misma y sola cosa.
   En su obra fundamental Sol Salutis (1920), Joseph Dólger dice que está convencido de que la respuesta de la asamblea "Habemus ad Dominum" (Nos volvemos hacia el Señor) a la apelación del sacerdote "Sursum corda" (¡Elevemos los corazones!), significaba que se volvían hacia el Oriente, hacia el Señor (pág. 256).
   A este respecto Dólger observa que ciertas liturgias orientales proceden expresamente a esta invitación por una llamada del diácono antes de la plegaria eucarística (pág. 251). Este es el caso de la anáfora copta de San Basilio que comienza así: "¡Aproximaos, vosotros los hombres, levantaos con respeto y mirad hacia el Oriente"; y de la anáfora de San Marcos, donde una exhortación análoga ("¡Mirad hacia el Oriente!") se dice en medio de la plegaria eucarística, justo antes de la transición que lleva al "Sanctus".
   En la breve descripción litúrgica del segundo libro de las Constituciones apostólicas, que son unas instrucciones del Siglo IV, se menciona igualmente que hay que ponerse de pie para rezar y volverse hacia el Oriente [18]. El libro octavo nos aporta la apelación del diácono: "¡Poneos de pie hacia el Señor!" [19]. Como se ve, aquí también hay un paralelismo entre el hecho de mirar hacia el Oriente y el de volverse hacia el Señor.
   La costumbre de rezar en dirección al sol naciente es inmemorial, como igualmente lo ha demostrado Dólger; se la encuentra tanto entre los judíos como entre los romanos. Por ello el romano Vitrubio, en su tratado sobre arquitectura, escribe: "Los templos de los dioses deben estar orientados de tal forma que ... la imagen que se encuentre dentro del templo mire hacia el ocaso, para que los que vayan a hacer sacrificios estén vueltos hacia el Oriente y hacia la imagen; y así al hacer sus oraciones vean todo el conjunto, el templo y la parte del cielo que está a levante, y que las estatuas parezcan levantarse con el sol para mirar a los que rezan durante los sacrificios".
   Para Tertuliano (hacia el 200 D.C.) la oración hacia Oriente es cosa evidente. En su librito "Apologética ", menciona que los cristianos "rezan en dirección al sol naciente" (c.16). Esta orientación de la plegaria se señaló muy pronto en las casas por medio de una cruz en el muro. Se ha encontrado una cruz en la parte superior de una casa de Herculanum, sepultada cuando la erupción del Vesuvio, el 79 D.C. [21].
 
SÉPTIMA PREGUNTA
   Hay sin embargo estudios, como el muy conocido del profesor Otto Nussbaum, en los cuales se ha demostrado científicamente, que desde los tiempos más remotos, hubo celebraciones cara al pueblo, y que estas celebraciones eran hasta más antiguas.
   En su estudio de gran amplitud Der Standort des Liturgen am christlichen Altar (El Lugar del celebrante en el altar cristiano), publicado en 1965, Nussbaum escribe: "Cuando aparecieron los edificios dedicados al culto propiamente dicho, no había ninguna regla estricta que fijara de qué lado del altar debía colocarse el celebrante. Podía situarse bien delante del altar o detrás" (P.408). El piensa que la celebración cara al pueblo fue la preferida hasta el siglo VI.
   No obstante Nussbaum no distingue suficientemente entre las iglesias que tienen el ábside al este con las que lo tienen al oeste, y por consiguiente la entrada al este. Son casi exclusivamente las basílicas del siglo IV las que presentan esta última orientación, y especialmente aquellas que fueron construidas por el emperador Constantino y Elena, su madre, como por ejemplo la iglesia de San Pedro de Roma.
   Pero desde el comienzo del siglo V, San Paulino de Nola indica que lo habitual (usitatior) es el ábside al este [22]. De hecho, hay basílicas que tienen su entrada al este, sobre todo en Roma y en Africa del Norte, mientras que en Oriente son relativamente raras (en Tiro y en Antioquía).
   La entrada hacia el Oriente (basílicas constantinianas) imitaban la disposición del Templo de Jerusalén (Cf. Ez. 8,16) así como algunos templos de la antigüedad, cuyas puertas abiertas dejaban penetrar la luz del sol naciente, que hacía resplandecer en el interior la estatua del dios.
   En las basílicas cristianas que tenían su entrada al este, el celebrante estaba obligado, normalmente, a colocarse delante de la cara "posterior" del altar a fin de estar vuelto hacia el Oriente en el momento de la ofrenda del Santo Sacrificio, mientras que, en las iglesias que tenían el ábside al este, se colocaba "delante" del altar (ante apare) dando por consiguiente la espalda a la asamblea.
   Del hecho de que en algunas de estas últimas basílicas hubiera sitio detrás del altar para el celebrante, a veces se ha deducido que éste se colocaba en ese lugar y que por consiguiente estaba vuelto hacia el pueblo, sobre todo cuando existía además en el fondo del ábside un banco para los sacerdotes, con un sitial para el obispo.
   Ahora bien, esta es una conclusión manifiestamente errónea -que Nussbaum, por otra parte, ha adoptado-, como se puede demostrar de manera irrefutable con la ayuda de los resultados de las excavaciones arqueológicas [23]. ¿Si no por qué se habrían construido estas iglesias exactamente en dirección del Este?
OCTAVA PREGUNTA
   Cuando el sacerdote se colocaba "detrás" del altar en las iglesias, que tienen su ábside en dirección al occidente, como San Pedro de Roma, ¿no tenía lugar una celebración "cara al pueblo"?
   ¡No! En efecto, durante la plegaria eucarística (canon misae), no sólo el celebrante sino también los fieles se volvían hacia el Oriente. Como lo hizo observar San Juan Crisostomo [24] en los primeros tiempos los fieles extendían sus manos para rezar a la vez que el sacerdote (Cf. fig. 9). Todos miraban en dirección a las puertas abiertas de la iglesia, por donde penetraba la luz del sol naciente, símbolo de Cristo resucitado, que vuelve. A parte de la veneración particular que el constructor de estas Basílicas, el emperador Constantino, tenía por el Sol naciente, un pasaje del profeta Ezequiel (43, 1) influyó también de manera especial: "El me ha conducido al pórtico oriental; y he aquí que la gloria del Dios de Israel llega del Oriente". Así estando abiertas las puertas de la Basílica hacia el oriente, se esperaba que Cristo viniese a participar en la celebración de la Eucaristía, de la misma manera que después de su resurrección él se apareció varias veces a sus discípulos mientras comían (Luc. 24, 36-49; In. 21; Act. 1,4).
   Originariamente los fieles, separadas las mujeres de los hombres, permanecían no en la nave central, sino en las naves laterales Esta afirmación, que corre el riesgo de sorprender al lector no avisado, sin embargo está totalmente fundada. A título de ejemplo reproducimos un croquis de la iglesia de San Clemente de Roma. El espacio central ante el altar estaba ocupado por la schola cantorum (recinto reservado a los chantres o cantores), los fieles se colocaban en las naves laterales. Esta disposición está atestiguada por numerosos documentos. Notemos sin embargo, una hipótesis diferente debida al profesor Cyrile Vogel, que en el caso de una basílica, en la que los fieles estuvieran de hecho en la nave central, piensa que "en Roma, hacia la mitad del siglo V, la conversio ad orientem (volverse hacia el oriente) implicaba una aversio a mensa (dar la espalda al altar), no era o dejó de ser costumbre entre los fieles". ("La Orientación hacia el este del celebrante y de los fieles, durante la celebración eucarística" publicado en L'Orient syrien, vol. IX, 1964, pág. 29); que en las grandes basílicas podían ser hasta seis (las de San Juan de Letrán y San Pedro de Roma sólo tienen cuatro). La colocación en las naves laterales corresponde a la costumbre de sentarse a lo largo de los muros laterales en las iglesias pequeñas de la cristiandad primitiva. Esta costumbre pervive aún en las iglesias de Oriente; la nave o el espacio central bajo la cúpula queda libre para las funciones del culto. Los fieles de más edad se situaban en los asientos (stasidien) a lo largo de los muros de la Iglesia; y en las naves laterales, el resto de los asistentes al oficio, de pie. En Oriente, la posición de pie y no de rodillas, como antes entre nosotros, es la actitud corporal más conveniente a la participación litúrgica, actitud que además exige una gran disciplina física, sobre todo durante los largos oficios religiosos.
   Como lo muestran ciertas excavaciones y las representaciones en las basílicas constantinianas y norteafricanas el altar estaba cerca del centro de la nave. Se le rodeaba por los cuatro costados con una verja y, por regla general, se le cubría con un baldaquino que se han encontrado en ellas, (Según el diccionario de arqueología y liturgia cristiana, de Dom Cabrol y Dom Leclercq, IV, 2, p. entre col. 2232-2233, artículo iglesia. El altar está en medio de la nave).
    El coro (schola cantorum) se colocaba cara al celebrante. En las iglesias de Rávena, todas ellas orientadas en dirección al este, se conservó durante mucho tiempo esta posición del altar y de la schola en medio de la nave central y de ello existen testimonios hasta el siglo VIII [25]. (Siempre a título de ejemplo, reproducimos el plano de la iglesia de Sabratha, en Libia. El celebrante, vuelto hacia el este, se coloca de espaldas al ábside y de cara a las puertas de la iglesia. Los fieles no están colocados delante del sacerdote (se ve que tampoco tenían sitio), sino más bien en las naves laterales. Ellos, al igual que el celebrante, no tienen dificultad en volverse hacia el este).  
   En la iglesia constantiniana de San Pedro de Roma el altar no se encontraba encima de la tumba del Apóstol, en contra de lo que se pudiera creer, sino un poco más al centro de la nave. Sobre el lugar en que estaba enterrado el Príncipe de los Apóstoles, había una "memoria" sin altar, un baldaquino sostenido por columnas, como lo muestra la antiquísima representación del cofrecillo de marfil de Pola. La suposición con frecuencia aducida que habría habido en otro tiempo un altar mayor amovible allí por donde entraban y salían los peregrinos que visitaban la tumba del Apóstol no ha podido ser probada.
   Puesto que en las basílicas, que tenían su ábside en dirección al Occidente y el altar en medio de la nave, los fieles, como hemos visto, se colocaban en las naves laterales (entre las columnas de las cuales colgaban tapices, que se abrían durante la misa), no volvían la espalda al altar. Cosa en todo caso impensable, por el respeto que se tenía a la santidad del altar. Sin embargo, podían volverse sin dificultad hacia el Oriente (en dirección a la entrada) con una ligera rotación del cuerpo.
   Aún en el caso inverosímil de que, durante la plegaria eucarística, los fieles no hubiesen mirando hacia la entrada sino hacia el altar, no hubiese existido sin embargo un cara a cara con el sacerdote, pues el altar, como hemos dicho, estaba en la antigüedad oculto por las cortinas, durante este período de la misma.
   A partir de la edad media, el altar de estas basílicas fue desplazado hacia el ábside. En la iglesia de San Pedro esto se hizo, como se sabe hacia el 600, bajo el Papa San Gregorio el Grande, quien al mismo tiempo emprendió importantes modificaciones en el coro e instaló una cripta circular, con objeto de que los peregrinos pudiesen llegar libremente a la tumba del Apóstol, sin tener que penetrar en el presbiterio.
   Más adelante, poco a poco, el pueblo se colocó en la nave central. En una época (imposible hoy de determinar) cuando en las basílicas constantinianas, los asistentes dejaron de volverse hacia Oriente, para permanecer vueltos hacia el altar, se llegó a una especie de celebración "cara al pueblo".

NOVENA PREGUNTA

   ¿Cuál era la posición del sacerdote y de los fieles en las iglesias en las que el ábside estaba en dirección a Oriente, iglesias que como se sabe constituían la mayoría de los antiguos santuarios?
   En las basílicas que tenían varias naves laterales y con el ábside en dirección al oriente, los asistentes a la misa se situaban al principio en las naves laterales, así como en la parte trasera de la nave central. Formaban una especie de semicírculo abierto hacia Oriente y en el punto de convergencia se colocaba el celebrante (en el centro del círculo entero virtual).
   En cambio, en las basílicas que tenían el ábside en dirección al occidente, el sacerdote, así como los clérigos y cantores que le rodeaban, se colocaban en el punto central de este semicírculo.
   Cuando posteriormente, los fieles empezaron a ocupar la nave central y se colocaron así dispuestos como en una especie de columna militar, algo dinámico apareció que asemejaba a la columna del pueblo de Dios en marcha a través del desierto hacia la tierra prometida. Su posición hacia el este, indicaba el objetivo de la columna, el Paraíso perdido que siempre se buscaba hacia Oriente (Cf. Gen. 2,8) El celebrante y sus asistentes formaban la cabeza de esta columna.
   La disposición inicial, que consistía en un semicírculo abierto, resultaba al contrario de un principio estático: la espera del Señor, que había subido a los cielos hacia el este (cf. Ps. 67,34; Zac. 14,4) y de allí regresaría (cf. Mat. 24,27, Ac. l,ll). Cuando se espera a una personalidad importante, se rompen las filas para formar un semicírculo, a fin de acoger al huésped de honor en su centro. San Juan Damasceno escribe: "En su Ascensión, se elevó hacia el Oriente y de esta forma fue adorado por sus Apóstoles, y así regresará, de la misma manera que le vieron subir al cielo, como el mismo Señor lo ha dicho: "como el relámpago que salta del oriente y brilla hasta el occidente, así será la venida del Hijo del hombre (Mat. 24,27). Porque le esperamos, le adoramos vueltos hacia el oriente". He aquí una tradición no escrita de los apóstoles" [26].
   A partir de esta idea se ha representado en numerosas iglesias, desde aproximadamente el siglo VI -piénsese en las pinturas de esta época en Bawit (Egipto)- la Ascensión del Señor bajo la bóveda principal del Abside: en la parte superior de la imagen, Cristo glorioso llevado por ángeles; en la parte inferior María representando a la Iglesia, en actitud orante con las manos extendidas hacia el cielo y a su izquierda y a su derecha, los Apóstoles. Esta pintura representaba a la vez la Glorificación de Jesús en el cielo y su segunda parusía según la palabra de los ángeles a los apóstoles cuando la ascensión: " ... Ese Jesús que ha sido llevado de entre vosotros al cielo vendrá así como le habéis visto ir al cielo" (Hec. 1,11) [27].
   Más tarde, en las pinturas de ábsides occidentales, Cristo en su trono fue sacado de esta composición y se convirtió en Majestas Domini rodeado de los símbolos de los cuatro evangelistas, en la pintura del ábside típico del arte románico. En el Oriente bizantino o se ha pintado al Señor en su gloria como Pantocrator bajo la bóveda principal del ábside o se ha colocado el conjunto de la Ascensión, bajo la cúpula superior del altar. En casi todos los casos, se prescinde de la Madre de Dios en estas composiciones, reservándola para la ornamentación del ábside (cf. fig. 2, pág. 19).
   Un pasaje del Apocalipsis debió influir para determinar el lugar central del ábside, que se le asigna a María: "El templo de Dios se abrió en el cielo, y dejose ver en su interior el Arca de la alianza (destinada como hemos visto a guardar la eucaristía sobre el altar) ... y enseguida apareció en el cielo una señal grande: una mujer vestida del sol, con la luna debajo de sus pies, y sobre la cabeza una corona de doce estrellas" (Ap. 11,19-12, l).
   Nótese aquí la relación entre María-Iglesia y Arca de la Alianza; pero también el hecho de que el velo del templo -es decir, del santuario que éste recubre- sólo se abría en determinadas circunstancias. El misterio, el tremendum, exige -algo que hoy se olvida fácilmente- estar oculto, de donde nacía el deseo de verlo descubrirse.
   El apóstol San Pablo escribe: "Ahora vemos por un espejo y obscuramente, entonces veremos cara a cara" (1 Cor. 13,12). Mirar hacia el este, no sólo significaba mirar hacia el Señor transfigurado en los cielos y regresando al fin de los tiempos, sino también el deseo de la última manifestación, de la revelación de la gloria futura.

DÉCIMA PREGUNTA

   El hecho de que en las basílicas romanas más antiguas, el altar y el ábside se pueden encontrar prácticamente orientados en todas las direcciones, ¿no está en contradicción con la afirmación de que en los comienzos se rezaba siempre hacia oriente y en consecuencia, las iglesias se hacían con el ábside y el altar mirando al oriente? ¿Cómo explicarlo?
   Se trata de iglesias edificadas sobre materiales de construcciones que ya existían en la antigüedad; o las que debido a las condiciones locales no permitían una exacta orientación este-oeste. Lo cual no impedía que tanto el sacerdote como los fieles se volvieran al Oriente para la oración y el sacrificio, como era costumbre habitual entre los cristianos.
   Así, por ejemplo, la célebre iglesia de San Clemente de Roma, que fue edificada sobre antiguas construcciones, tiene la entrada al sudeste. Esta es la razón por la que el celebrante tiene su sitio detrás del altar. Además, celebrar delante de él no sería posible debido a la disposición de los espacios. Para mirar hacia el Oriente durante el Santo Sacrificio es suficiente que el sacerdote gire ligeramente el cuerpo en esa dirección. Ocurre lo mismo para los fieles situados en los laterales. En San Clemente se utiliza la nave para la "schola", en ella se pueden ver dos ambones para la lectura de la epístola, el gradual y el evangelio.
   En su libro "El rito y el hombre", Louis Bouyer escribe: "La idea de que la basílica romana era la forma ideal de una iglesia cristiana, porque permitía una celebración donde sacerdotes y fieles estuviesen cara a cara, es un completo contrasentido. Sería lo último en que hubiesen pensado nuestros antepasados". (pág. 241).
   De cualquier manera, como hemos visto, la estricta orientación de las iglesias, tal como se encuentra a partir de los siglos IV y V, no hubiera tenido sentido, si no hubiera estado en correlación con la orientación de la plegaria.
   Para corroborar la opinión según la cual el altar propiamente dicho (y la cruz que está sobre él) sería el punto de referencia hacia el que se volverían los fieles y al que de forma ideal, deberían rodear; se cita a manera de ejemplo, la expresión del memento de vivos del canon de la misa: "et omnium circumstantium " (y de todos los que nos rodean). Es preciso aclarar, en lo que respecta a la significación filológica de esta expresión, que circunstantes designa globalmente "las personas presentes" y no solamente "aquellos que forman un círculo alrededor de algo"; y de hecho, en los escritos de la época, no se conoce ningún ejemplo en que los fieles hiciesen un círculo alrededor del altar durante la celebración de la misa. De cualquier forma no se hubiera podido hacer, ya que en aquella época, como hoy día entre los orientales, los laicos no tenían derecho a entrar en el santuario.
   El respeto no se desarrolla sino donde está animado por actitudes externas y si es necesario por prohibiciones destinadas a evitar profanaciones. Por ejemplo, si un sacristán puede apoyar sin escrúpulos sobre el altar una silla o una escalerilla para colocar en alto detrás del altar, candelabros o flores, la santidad del altar se profana groseramente. Estas actitudes son inimaginables en las iglesias de Oriente.
   Por el contrario, la expresión "et omnium circumstantium"  puede inducir a los fieles a tomar una actitud respetuosa durante la ofrenda del Santo Sacrificio: a saber, de pie, llenos de respeto. Pero hoy en día estas personas "presentes" se transforman fácilmente en "personas sedentes" (confortablemente) sobre sus asientos, a lo que contribuye la actual presencia de simples sillas en las iglesias, que incitan a ponernos cómodos. Ciertamente cambiar la manera moderna de ver este aspecto, no será fácil. Pero no se olvide que la actitud de pie, es la actitud litúrgica por excelencia, que además favorece el espíritu comunitario.

UNDÉCIMA PREGUNTA

   Todo esto es muy hermoso, pero ¿no hay que contar con el hecho de que el hombre moderno es incapaz de comprender, que sea necesario volverse al oriente para rezar? El sol naciente no tiene para el hombre actual la fuerza simbólica que tenía para el hombre de la antigüedad y que aún hoy día tiene para los mediterráneos, que perciben el sol con más intensidad que los "hombres del norte". Para los cristianos de hoy lo que prima es la comunidad de la mesa eucarística.
   Si el hombre moderno no presta gran atención a la dirección exacta en la que reza -lo que continúan los musulmanes que se vuelven hacia la Meca, y los judíos que se orientan hacia Jerusalén- debería sin embargo comprender la significación que reviste el hecho de que el sacerdote y la asamblea recen juntamente en la misma dirección. De cualquier forma, la costumbre de que todos los presentes estén orientados, todos juntos, "hacia el Señor", es intemporal y tiene todavía hoy todo su sentido.
   Junto al aspecto teológico del cara a cara del sacerdote y la asamblea durante la celebración del sacrificio eucarístico, conviene evocar aquí igualmente los problemas de orden sociológico, que se han puesto en evidencia en la "comunidad de la mesa eucarística".
   El profesor W. Sieble, en un opúsculo titulado "Liturgie als Ange­bot" (La liturgia a subasta) piensa que al sacerdote cara al pueblo se le puede considerar como "el símbolo más perfecto del nuevo espíritu de la liturgia". Y añade: "la costumbre en uso hasta hace poco hacía aparecer al sacerdote como jefe y representante de la comunidad, que habla a Dios en nombre de ella, como Moisés en el Sinaí: la comunidad dirige a Dios un mensaje (oración, adoración, sacri­ficio) y el sacerdote, como jefe, trasmite este mensaje y Dios lo recibe".
   Con la práctica moderna, continua Siebel, el sacerdote mirando al pueblo "prácticamente ya no aparece como representante de la comunidad, sino más bien como un actor que, -en todo caso en la parte central de la misa- representa el papel de Dios, un poco como en Oberammergau u otras representaciones de la Pasión". Y concluye: "Pero si en esta nueva manera, el sacerdote se convierte en un actor, encargado de interpretar a Cristo en el escenario, entonces Cristo y el sacerdote parecen, a causa de esta restitución teatral de la cena, identificarse el uno con el otro de manera por momentos inaceptable".
   Sibel explica así la buena voluntad con la que casi todos los sacerdotes han adoptado la celebración "versus populum": "La desorientación considerable y la soledad de los sacerdotes les ha hecho buscar nuevos motivos donde apoyar su comportamiento. Entre estos el soporte emocional, que procura al sacerdote la comunidad reunida delante de él. Pero inmediatamente brota de ahí una nueva dependencia: la del actor vis a vis de su público".
   Lo mismo, K. G. Rey en su estudio "Pubertütserscheinungen in der katholischen Kirche" [105] declara: "hasta ahora el sacerdote ofrecía el sacrifico como intermediario anónimo, como cabeza de la comunidad, vuelto hacia Dios y no hacia el pueblo, en nombre de todos y con todos; las oraciones que recitaba le estaban prescritas, ... hoy día este sacerdote viene a nuestro encuentro como un hombre, con sus particularidades humanas, su estilo de vida personal y la mirada vuelta a nosotros. Para muchos sacerdotes es una tentación, contra la cual no son capaces de luchar o de vender cara su personalidad. Algunos saben, con mayor o menor astucia, explotar la situación en su provecho. Sus actitudes, su mímica, sus gestos, todo su comportamiento atrae las miradas sobre ellos por sus repetidas observaciones, directivas y también por sus palabras de acogida o de despedida... El éxito que así consiguen constituye para ellos la medida de sus poderes y en consecuencia, la norma de su seguridad".
   En su obra "Liturgie als Angebot" [106], Siebel declara todavía, a propósito del deseo de Klauser citado más arriba, de ver "más claramente expresada la comunidad de la mesa eucarística" por la celebración "versus populum": "La reunión de la asamblea alrededor de la mesa de la Cena, deseada (por Klauser) apenas puede contribuir a reforzar la conciencia comunitaria. En efecto, sólo el sacerdote se encuentra ante la mesa y además de pie. Los otros participantes al ágape están sentados más o menos lejos en la sala del espectáculo".
   Más aún, según Siebel: "Como regla general, la mesa está colocada lejos de los fieles, sobre un estrado; de manera que no es posible hacer revivir los estrechos lazos que existían en la sala donde se desarrolló la Cena. El sacerdote que interpreta su papel vuelto al pueblo, difícilmente puede evitar dar la impresión de representar un personaje que, con toda cortesía, tuviera algo que proponeros. Para disminuir esta impresión se ha tratado de colocar el altar en medio de la asamblea. Entonces no se tiene necesidad de ver sólo al sacerdote, pues así se pueden ver a los asistentes sentados a sus lados o frente a él. Pero al colocar el altar en medio de los fieles desaparece la distancia entre el espacio sagrado y la asamblea. El recogimiento que antes nacía de la presencia de Dios en la iglesia se transforma en un pálido sentimiento que en nada se diferencia de lo cotidiano".
   Colocándose detrás del altar, la mirada vuelta hacia el pueblo, el sacerdote se convierte, desde el punto de vista sociológico, en un actor, que depende totalmente de su público y en un vendedor que tiene algo que vender.
   En su libro ya citado, Das Konzil der Buchhalter, Alfred Lorenzer evoca todavía otros puntos de vista, particularmente de orden estético: "El micrófono no sólo revela cada respiración, cada ruido inadvertido, sino que la escena empieza a parecerse más a los recetarios de cocina de televisión, que a formas litúrgicas de las Iglesias Reformadas. Si estas últimas han marginado la acción sagrada -a más simplicidad y brevedad­ en la reforma litúrgica esta acción permanece: se la despoja de sus gestos ornamentales, pero conservada minuciosamente en toda la complejidad de su desarrollo, y desde ahora presentada a los ojos de todos en una pseudo-transparencia que confunde la percepción sensible de las manipulaciones con la transparencia del mito, manipulaciones ejecutadas de una manera que exhibe en todo caso indiscretamente cada detalle de este ritual alimentario. Se ve a un hombre romper con dificultad una hostia, que se resiste y cómo la introduce en su boca. Nos convertimos en testigos de las costumbres personales de masticar, no siempre muy estéticas, de las de tragar el pan seco y de la técnica utilizada para hacer girar el cáliz para purificarlo y la manera más o menos hábil de limpiarlo" (pág. 192).
   Esto en relación con el aspecto sociológico de la posición del celebrante cara a la asamblea. Otra cosa es cuando se trata de proclamar la palabra de Dios. Esta acción supone un cara a cara del sacerdote y del pueblo; lo mismo que el predicador se volvía al pueblo, y el diácono cuando cantaba el evangelio.
   Pero como lo hemos dicho ya, las cosas son totalmente de otra manera en la celebración del sacrificio eucarístico propiamente dicho. Aquí la liturgia no es una "oferta" como en la liturgia de la Palabra; es un acontecimiento sagrado, en el curso del cual el cielo y la tierra se unen y donde el Dios de bondad se inclina hacia nosotros. Sólo en el momento de la distribución de la comunión, del banquete propiamente dicho, se llega a un cara a cara entre el sacerdote y los comulgantes.
   Precisamente, estos cambios en la posición del sacerdote en el altar durante la misa, tienen una significación simbólica y sociológica cierta. Cuando el celebrante reza y sacrifica tienen, igual que los fieles, los ojos fijos en Dios, mientras que cuando predica o distribuye la comunión, se vuelve al pueblo.
   Como hemos visto, el volverse hacia el este es tan antiguo como la Iglesia y constituye por ello una costumbre que no puede modificarse. "Se busca" constantemente "con los ojos el lugar donde se encuentra el señor" (J. Kunstmann) o como dice Orígenes en su libro sobre la oración (c.32), hay aquí "un símbolo, el del alma mirando cómo se eleva la verdadera luz", "atenta a la bienaventurada esperanza y a la gloriosa manifestación de nuestro gran Dios y Salvador Jesucristo" (Tit. 2,13).   

DUODÉCIMA PREGUNTA
   ¿Por qué el carácter sacrificial de la misa, se manifiesta menos claramente si, como se afirma, el sacerdote está vuelto cara al pueblo?
    Cuestión inversa: Si entre los especialistas se sabe perfectamente que al preconizar "el altar cara al pueblo" no se puede apelar a una práctica de la iglesia primitiva ¿por qué no se saca la consecuencia que se impone? ¿por qué no se suprimen "las mesas para un banquete", erigidas con sorprendente unanimidad en el mundo entero?
   Muy probablemente porque este tipo de mesas responden más a la nueva concepción de la misa y de la eucaristía, que a la práctica antigua.
   Bien claro está que se querría evitar hoy dar la impresión de que la "santa mesa" (como se denomina en Oriente al altar) pueda ser un altar del sacrificio. Sin duda es también la razón por la que casi en todas partes sólo se pone en el altar un solo ramo de flores, como si fuese la mesa de una comida de familia, así como dos o tres velas, que generalmente se colocan al lado izquierdo de la mesa, mientras que el jarro con flores se pone al otro lado.
   Se busca la ausencia de simetría, y ya no es necesario tener un punto central de referencia, como el que existía hasta hace poco en la cruz con los candelabros colocados a derecha e izquierda de ella; sólo se quiere una mesa para la comida y no un altar.
   El sacerdote se coloca delante del altar del sacrificio, no detrás. Lo mismo hacia el sacerdote, entre los paganos. En el santuario, su mirada se dirigía hacia la representación de la divinidad, a quien se ofrecía el sacrificio. Lo mismo en el Templo de Jerusalem, donde el sacerdote encargado de ofrecer la víctima se colocaba delante de "la mesa del Señor" (cf. Mal 1,12), como se llamaba al gran altar de los Holocaustos situado en el centro del Templo, cara al templo interior, que guardaba el arca de la alianza en el Santo de los Santos, lugar donde habita el Altísimo (cf. Ps. 16,15).
   Una comida se desarrolla bajo la presidencia del padre de familia en medio del círculo familiar; en cambio en todas las religiones existe una liturgia determinada para llevar a cabo el sacrificio, que se desarrolla en o delante de un santuario (que puede ser también un árbol sagrado). El oficiante está separado de la muchedumbre y se pone delante de ésta, ante el altar y vuelto hacia la divinidad. De siempre, las personas que ofrecen un sacrificio están vueltas hacia aquel a quien se destina el sacrificio y, en absoluto, hacia los que participan en la ceremonia.
   En su comentario del libro de los Números (10,2), Orígenes se hace interprete de la concepción de la Iglesia primitiva: "El que está delante del altar muestra por este hecho que es él quien cumple las funciones sacerdotales. Ahora bien, la misión del sacerdote consiste en interceder por los pecados del pueblo". En nuestros días, en que el sentido del pecado desaparece poco a poco, es una idea que parece ampliamente perdida.
   Como sabemos, Lutero negó el carácter sacrifical de la misa: no veía en ella más que la proclamación de la palabra de Dios, a la que seguía la celebración de la Cena. De aquí su exigencia, ya mencionada, de que el celebrante estuviera vuelto hacia la asamblea.
   Ciertos modernos teólogos católicos no niegan directamente el carácter sacrifical de la misa, pero les gustaría hacerlo pasar a un segundo plano a fin de poder resaltar mejor el carácter de cena de la celebración. La mayoría de las veces por consideraciones ecuménicas en favor de los protestantes; pero descuidando en su ecumenismo a las Iglesias orientales ortodoxas para las que el carácter sacrifical de la divina liturgia es un hecho indiscutible.
   Sólo la eliminación de "mesa de comida" y la vuelta a la celebración en el "altar mayor" podrán llevarnos a cambios en la concepción de la misa y de la eucaristía, es decir , a la misa entendida como acto de adoración y de veneración a Dios, como acto de acción de gracias por sus beneficios, por nuestra salvación y nuestra vocación al reino de los cielos, y como representación mística del sacrificio de la cruz del Señor.
   No obstante, como ya hemos visto, esto no excluye que la liturgia de la palabra se celebre no en el altar sino en la sede o ambón, como anteriormente se hacia en la misa episcopal. Pero las oraciones deben decirse todas hacia el oriente, es decir, hacia la imagen de Cristo en el ábside y hacia la cruz en el altar.
   Dado que durante nuestra peregrinación en la tierra no nos es posible contemplar toda la grandeza del misterio celebrado y menos aún al propio Cristo, ni la "asamblea celeste", no basta hablar continuamente de todo lo que el sacrificio de la misa tiene de sublime; es necesario más bien hacer todo lo posible para poner en evidencia a los ojos de los hombres la grandeza de este sacrificio a través de la misma celebración, a través de una artística disposición de la casa del Señor y especialmente del altar.
   Se puede aplicar tanto al desarrollo litúrgico como a las imágenes lo que de los "velos sagrados" dice el PseudoDionisio el Aeropagíta en su libro Sobre los nombre sagrados (1,4): esos velos "que (aún ahora) esconden lo espiritual en el universo sensible, y lo supra-terrestre en lo terrestre, que confieren forma e imagen a lo que no tiene forma ni imagen .... Pero llegará un día en que habiéndonos convertido en imperecederos e inmortales, y alcanzando la paz bienaventurada junto a Cristo estaremos, como dice la Escritura, cerca del Señor (cf. Tess. 4,17) colmados de la contemplación de su presencia visible".

CONCLUSIÓN
   Esperamos haber claramente establecido que antes de Martín Lutero, en parte alguna se encuentra la idea del sacerdote vuelto hacia la asamblea durante la celebración de la Santa Misa, ni tampoco a favor de esta manera de ver se puede invocar ningún descubrimiento arqueológico.
   El término específico versus populum (hacia el pueblo) aparece por primera vez en el Ritus servandus in celebratione Missae (Rito a observar en la celebración de la misa) del Missale Romanum redactado en 1570 por el Papa San Pío V a petición del Concilio de Trento. En la sección V, 3, específicamente se trata el caso en que "el altar esté orientado al este [no hacia el ábside sino] hacia el pueblo" (altare sit ad orientem versus populum), lo que se aplica a algunas antiguas iglesias de Roma.
   Pero el acento se pone aquí en ad Orientem (lo que voluntariamente se omite), mientras que el versus populum no es más que una añadidura en vistas a la indicación que sigue inmediatamente, a saber que al Dominus vobiscum el celebrante no tiene que volverse hacia el pueblo al que tiene que saludar diciendo Dominus vobiscum. Esta posición del sacerdote "detrás del altar" en algunas basílicas romanas hizo nacer, como hemos visto en las Jugendbewegung de los años veinte, la errónea concepción según la cual en Roma se había conservado así una costumbre de la primitiva iglesia.
   Lo mismo que en la Iglesia de Occidente, jamás se usó en las Iglesias de Oriente la celebración versus populum, donde por añadidura el término correspondiente no existe. Es de notar que, durante la concelebración, habitual entre los ortodoxos, el celebrante principal da siempre la espalda a la asamblea, aunque los sacerdotes concelebrantes se colocan detrás de él.
   No se puede sin embargo callar que hubo -y aun hoy existe- en las Iglesias de Oriente también tentativas esporádicas de celebrar la liturgia cara al pueblo o al menos de colocar el altar delante del iconostasio. En 1921, el patriarca Tikhon de Moscú se apercibió claramente de los riesgos que, para la correcta celebración del culto divino, traerían las novedades preconizadas y practicadas por algunos sacerdotes, consecuencia de la Revolución Rusa, por lo que hizo una llamada a todos los obispos del país: "Todo esto se está haciendo so pretexto de adaptar la liturgia a las exigencias de los nuevos tiempos, de aportar al culto divino la animación necesaria para incitar a los fieles a ir a la iglesia. No, no bendecimos ninguna de estas violaciones, ni ninguna de estas arbitrarias acciones individuales durante la celebración litúrgica, puesto que no lo podemos hacer. La divina belleza de nuestra liturgia, tal como se ha fijado en los libros rituales, las rúbricas y las prescripciones, debe permanecer intangible en la Iglesia Ortodoxa Rusa, porque éste es el don supremo más sagrado".
   La posterior evolución dio la razón al patriarca. Gracias al hecho de haber fielmente guardado y cultivado su liturgia tradicional hoy en día la Iglesia Ortodoxa rusa permanece viva y próspera.
   Lo que es decisivo para la colocación del sacerdote en el altar, como hemos insistido, es el carácter sacrificial de la misa. El sacrificador se vuelve hacia aquél a quien se ofrece el sacrificio, por eso se coloca ante el altar ad dominum, hacia el Señor.
   Además, si se quiere resaltar el carácter de cena de la celebración eucarística, el simple hecho de celebrar versus populum no sería suficiente para dar este carácter tan aparente como se le imagina y que tan a menudo se desea. Pues sólo el "presidente de la cena" se coloca en la mesa. El resto de los "participantes a la cena" se colocan en la nave, como en una "sala de espectáculo", sin relación directa con la "mesa de la cena". Esta es la razón por la que, en los pequeños grupos, hoy se tiende a colocar a los asistentes rodeando el altar; lo que, en adelante, traerá como consecuencia borrar completamente el carácter sacrificial de la misa. No se hará justicia a este sacrificio, sino es haciendo lo que siempre se ha hecho, volvernos con el sacerdote "hacia el Señor", por consiguiente, todos en la misma dirección.
   Según la concepción católica, la misa es algo más que una comunidad reunida para celebrar una cena en memoria de Jesús de Nazareth. Lo importante no es la constitución de una comunidad, ni lo que ella vive -aunque esto no deba subestimarse (cf. Cor. 10,17)- sino sobre todo el culto que se rinde a Dios.
   No es el hombre sino Dios quien debe ser siempre el punto de referencia. De aquí que desde los orígenes todos se orientaban hacia Él y no un cara a cara entre sacerdote y asamblea. Es necesario sacar la consecuencia y reconocer francamente que la celebración versus populum es un error. Porque ella es en definitiva una orientación hacia el hombre y no hacia Dios.

BIBLIOGRAFÍA
  • [1]  PG (Migne, Patrología Griega) 63, 111.  
  • [2] La plegaria, 31, n° 5; traducción de A. G. HAMMAN (DDB, 1977), pág. 120.  
  • [3] Biblioteca de la Kirchenváter, pág. 64.  
  • [4] "Scivias ",11, visión 6
  • [5] Mons. DUCHESNE, "Orígenes del culto cristiano", 3a edición, págs. 485 y 488.  
  • [6] PG 61, 313 
  • [7] 1,2 "Del altar", n° 5.  
  • [8] PG 79. 577-580.  
  • [9] Cf. K. GAMBER, "Das Patriarchat Aquileja und bairische Kirche" (El patriarcado de Aquielea y la Iglesia Bávara), págs. 25 a 55.
  • [10] 11, 57, 2‑58, 6 (Paderborn, 1906) edición de Funk.  
  • [11] PG 62,29.  
  • [12] "Racional", 1, 3 n° 35.  
  • [13] Cf. sobre este tema el artículo de K. GAMBER en el periódico "Das Müns­ter ", 1985.
  • [14] "Das Konzil der Buchhalter" (El Concilio de los contables), pág. 200.  
  • [15] Cf. K. GAMBER, "Ecclesia Reginensis ", págs. 49 a 66.  
  • [16] CE "Entretiens sur la foi ", Fayard, 1975, pág. 158.  
  • [17] PL (Migne, Patrología Griega) 34, 1277.  
  • [181 Capítulo 57, 14; edición de Funk, pág. 165.  
  • [19] Capítulo 12, 2; edición de Funk, pág. 494.  
  • [20] 1, libro 4, capítulo 5, edición de E. Tardieu & A. Cousin hijos, pág. 173.  
  • [21] Cf. E. C. CONTÉ CORTI "Vida, muerte y resurrección de Herculano y Pompeya ", págs. 16 a 18.  
  • [22] Ep. 32, 13. (PL 61, 337). .
  • [23] Cf. K. GAMBER, "Liturgie und Kirchenbau" (Liturgia y construcción de iglesias) págs. 16 a 18.  
  • [24] PG 62, 204. 
  • [25] Cf. K. GAMBER, "Liturgie und Kirchenbau" (Liturgia y construcción de  iglesias) págs. 132 a 136. 
  • [26] PG 94, 1136.  
  • [27] Cf. K. GAMBER, "sancta sanctorum ", págs. 31 a 34.  
  • [28] Cf. BEISSEL,"Geschichte der Evangelienbücher",pág. 258.
  • [29] Cf. K. GAMBER, "EcclesiaReginensis", págs. 176 a 183.
  • [30] PL 115, 677.  
  • [31] Cf. K. GAMBER, "Ecclesia Reginensis ", págs. 184 a 198.   
  • [32] "De eccl. off " 11, 8 (PL 83,789)